ATA DA QÜINQUAGÉSIMA
PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEGUNDA LEGISLATURA, EM 22.06.1998.
Aos vinte e dois dias do mês
de junho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Carlos Garcia, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Reginaldo Pujol
e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa,
Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, Luiz Braz, Nereu
D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Tereza Franco.
Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da
Quadragésima Oitava e da Quadragésima Nona Sessões Ordinárias, que foram
aprovadas, juntamente com as Atas da Quadragésima Sexta e da Quadragésima
Sétima Sessões Ordinárias, da Décima Nona, da Vigésima, da Vigésima Primeira e
da Vigésima Segunda Sessões Solenes e da Primeira Sessão Extraordinária. À MESA
foram encaminhados: pelo Vereador Elói Guimarães, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador Fernando Záchia, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações
nº 87/98 (Processo nº 1981/98); pelo Vereador Hélio Corbellini, o Pedido de
Informações nº 86/98 (Processo nº 1951/98). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios
nºs 18/98, do Vereador Édson Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Cachoeira
do Sul/RS; 46/98, da Senhora Marília Hackmann, Presidenta do Conselho Municipal
de Assistência Social de Porto Alegre; 144/98, do Senhor João Carlos
Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo S/A;
184/98, do Senhor Ruy Pauletti, Reitor da Universidade de Caxias do Sul;
224/98, do Senhor Flávio Vaz Netto, Secretário de Estado dos Transportes/RS;
308/98, do Senhor Martin Saraiva Barboza, do Gabinete do Vice-Governador do
Estado/RS; 476/98, da Senhora Carmelina dos Santos Rosa, da Secretaria Nacional
dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça; Fax: do Senhor José Lopes da
Cunha Filho, da Unidade de Serviços Financeiros da Financiadora de Estudos e
Projetos - FINEP; da Senhora Annamaria Pimentel, Juíza do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região/SP. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foram aprovados
os seguintes Requerimentos verbais: da Vereadora Maria do Rosário, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos; do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando a
indicação, pela Mesa Diretora, de um Vereador para falar em nome da Casa na
homenagem a ser prestada hoje ao Movimento Cultural “Parthenon Literário”,
ficando mantidas as inscrições para o período de Grande Expediente; dos
Vereadores João Dib, Maria do Rosário e Elói Guimarães, solicitando alterações
na ordem de votação da matéria a ser apreciada durante a Ordem do Dia. Na
oportunidade, o Vereador Fernando Záchia manifestou-se acerca do Requerimento
verbal do Vereador Reginaldo Pujol, acima referido e os trabalhos estiveram
suspenso das quatorze horas e nove minutos às quatorze horas e doze minutos,
nos termos regimentais. Após, foi iniciado o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje
destinado a homenagear o Movimento Cultural “Parthenon Literário”, nos termos
do Requerimento nº 120/98 (Processo nº 1376/98), de autoria da Mesa Diretora.
Compuseram a Mesa: os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro, respectivamente,
1º Vice-Presidente e 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor
Serafim de Lima Filho, Coordenador do Movimento Cultural “Parthenon Literário”;
o Frei Achylles Chiappin, Secretário do Movimento Cultural “Parthenon Literário”;
o Vereador Paulo Brum, 2º Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador
Reginaldo Pujol, em nome da Casa, saudou o Movimento Cultural “Parthenon
Literário” pelo transcurso dos seus cento e trinta anos de existência,
historiando fatos relativos à sua fundação e às suas atividades e afirmando que
o objetivo buscado sempre foi o desenvolvimento da expressão cultural no Rio
Grande do Sul. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor
Serafim de Lima Filho e ao Frei Achylles Chiappin, que, em nome do Movimento
Cultural Phartenon Literário, agradeceram a homenagem prestada por este
Legislativo. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que seria distribuído
material impresso aos Senhores Vereadores, contendo informações sobre as
atividades relativas às comemorações dos cento e trinta anos do Movimento
Cultural “Parthenon Literário”. Também, registrou as presenças da Senhora Maria
Ragagnim Osmari, Diretora do Arquivo Histórico Municipal; do Suplente Cyro
Martini; do tradicionalista Cláudio Pinto Sá, do Professor Eugênio Vasconcelos
e do Senhor Derli Xavier. Às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinqüenta e sete minutos, constatada a existência de “quorum”. Na oportunidade,
foi apregoado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Também,
constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento da Vereadora
Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Wilson Santos, após a entrega do seu Diploma e Declaração de Bens, da
prestação do compromisso regimental e da indicação do nome parlamentar,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
Também, o Senhor Presidente procedeu à leitura de declarações dos Suplentes
Airto Ferronato e Sebastião Melo e do Vereador Fernando Záchia, este em nome do
Suplente João Carlos Maciel da Silva, comunicando seus impedimentos de
assumirem a vereança em substituição à Vereadora Clênia Maranhão, tendo o
Vereador Pedro Ruas, na oportunidade, manifestado-se em saudação ao Vereador
Wilson Santos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu
críticas à prática do “overbooking”, adotada pelas companhias aéreas e empresas
de turismo, através da qual as mesmas vagas em vôos de carreira são vendidas
para mais de um cliente, desrespeitando o Código de Defesa do Consumidor. Na
oportunidade, o Vereador Pedro Américo Leal solicitou providências da Casa
quanto ao assunto abordado pelo Vereador Cláudio Sebenelo e a Vereadora Maria
do Rosário solicitou o acompanhamento da questão pela Comissão de Defesa do
Consumidor e Direitos Humanos. A seguir, nos termos do § 7º do artigo 12 do
Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Wilson Santos,
que declarou sua alegria pelo
retorno a este Legislativo, afirmando seu compromisso de trabalhar em prol do
desenvolvimento de Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de “quorum”,
foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente registrou a presença do
Senhor João Verle, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação -
DEMHAB. Também, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário dos
Vereadores Adeli Sell, ontem, e do Vereador Décio Schauren, no dia de hoje,
tendo o Vereador João Motta registrado que o aniversário do Vereador Décio
Schauren seria comemorado hoje, às dezesseis horas. Ainda, foi apregoada a
Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Hélio Corbellini, subscrita pelo
Vereador Carlos Garcia, à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 139/97 (Processo nº 2382/97). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 01/97, com ressalva das Emendas e
Mensagens Retificativas a ele apostas, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Guilherme Barbosa, Pedro Américo Leal, Elói Guimarães e Reginaldo
Pujol. Na oportunidade, após consulta às Lideranças, o Senhor Presidente
informou que a votação das Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 01/97 que não implicassem em prejudicialidades seria realizada em
bloco. Em continuidade, foram efetuadas as seguintes votações, referentes à
Mensagem Retificativa, às Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 01/97: foi aprovada a Mensagem Retificativa nº 01;
foram votadas em bloco e aprovadas as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 08, 09, 14,
17, 19, 22, 26, 30, 31, 32, 33, 35 e 36; foram aprovadas as Emendas nºs 05, 06,
07, 10, 11, 12, 13, 27, 28 e 29, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 29 e a Subemenda
nº 01 à Emenda nº 10, declarando-se prejudicada a Emenda nº 34 face à aprovação
da Emenda nº 13. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 03/98 e o Projeto de Resolução nº 14/98. Na
oportunidade, o Vereador Renato Guimarães formulou Requerimento verbal,
posteriormente retirado pelo Autor, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Pedro Ruas
manifestado-se a respeito deste Requerimento. Após, o Vereador Clovis
Ilgenfritz, ao referir-se à aprovação do Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 01/97, registrou a participação dos Arquitetos Ernani Manganelli e Ivani
Souza David na elaboração deste Projeto. Às dezesseis horas e um minuto, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e
três minutos, constatada a existência de “quorum”. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 45/97, que teve adiada a sua
discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador Paulo Brum. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
59/97, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Pedro Américo
Leal, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Adeli Sell. A seguir, foi aprovada Emenda
nº 01 aposta a este Projeto. Após, foi aprovado Requerimento da Vereadora Maria
do Rosário, solicitando que as Emendas nºs 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 61/97 sejam dispensadas do envio para apreciação de Comissões
Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 61/97, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ser
discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol
e encaminhado à votação pelos Vereadores Maria do Rosário e Cláudio Sebenelo. A
seguir, foram aprovadas as Emendas nºs 01 e 02 apostas a este Projeto. Em
Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 66/97, que,
a Requerimento, aprovado, do Vereador Adeli Sell, teve adiada sua discussão por
uma Sessão. Este Requerimento do
Vereador Adeli Sell foi encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 67/97,
discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Elói Guimarães e Cláudio Sebenelo.
Às dezessete horas e quarenta e dois minutos, constatada a inexistência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz,
Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez
Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez
Pinheiro): Vera.
Maria do Rosário, para um requerimento.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Requerimento): As Lideranças da Casa promoveram, na última reunião de Mesa, um acordo
no sentido de que a discussão preliminar de Pauta fique para o final dos
trabalhos. Reconhecendo a presença dos nossos homenageados do Movimento
Cultural Parthenon Literário, requeiro que se faça, em primeiro lugar, nesta
Sessão, o período do Grande Expediente para em seguida passarmos à Ordem do
Dia.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Na Ordem do Dia, eu solicitaria que o Projeto relativo ao Hino
Porto-alegrense fosse colocado em último lugar, porque estou aguardando uma
gravação que vem da Banda Municipal.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Requerimento): Dentro dessa mesma linha, a proposta seria de que, invertida a Ordem
do Dia, para homenagear o Movimento Parthenon Literário, fosse designado um
orador pela Mesa, mantidas as inscrições do período de Grande Expediente e logo
após entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. JOSÉ VALDIR: Requeiro que o Projeto de
Resolução nº 014/98 - Processo nº 0881/98, que concede o Título Honorífico de
Líder Comunitário ao Sr. Fernando Camarano seja votado em primeiro lugar na
Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Suspendo a Sessão por
alguns minutos para que as Lideranças acordem a ordem dos trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às14h09min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h12mim): Estão
reabertos os trabalhos.
Vera. Maria do Rosário, há concordância das Lideranças?
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Requerimento): Sr. Presidente, nós consultamos, muito brevemente, as Lideranças e
queremos a oportunidade deste microfone para consultar mais diretamente as
Lideranças das Bancadas de que em primeiro lugar nós votássemos o Projeto que
trata do Código de Incêndio, que se encontra em primeiro lugar no espelho da
Ordem do Dia. Em segundo lugar, nós gostaríamos de votar o Projeto que trata
das questões da Assistência Social no Município de Porto Alegre. Em terceiro,
perguntamos às Lideranças se é possível votarmos o Projeto, que é de autoria do
Ver. José Valdir, que entrega Título de Líder Comunitário ao Sr. Fernando
Camarano, porque tem prazo para a entrega desta distinção e a Câmara já tem
pré-agendado no setor de relações públicas esta homenagem, claro condicionado à
aprovação do Plenário. Perguntamos às Lideranças se pode ser esta a Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Fernando Záchia.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA : Pergunto a V. Exa., Sr.
Presidente: sexta-feira passada estávamos discutindo o Projeto do código de
barras, é possível alterar essa ordem?
O SR. PRESIDENTE: Este Vereador também se
preocupou com essa matéria hoje pela manhã. Por orientação da Diretoria
Legislativa temos que obedecer à hierarquia, ou seja, primeiro projetos de
emenda à Lei Orgânica, depois projetos de leis complementares, e projetos de
leis ordinárias. Respondo a V. Exa., depois de consultado o Regimento da Casa e
a Diretoria Legislativa, que não há esta necessidade.
Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES
(Requerimento): Sr. Presidente, queremos solicitar a inclusão - dentro do pedido de
alteração da ordem dos trabalhos - do Projeto sobre a Padroeira como sendo o
penúltimo projeto a ser votado.
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, são vários
requerimentos: o primeiro, de autoria da Vera. Maria do Rosário, solicita que
se inicie com o Grande Expediente, e depois a Ordem do Dia; depois, o Ver.
Reginaldo Pujol, na homenagem ao Parthenon Literário, requereu que falasse um
Vereador em nome da Casa e que fossem mantidas as inscrições no Grande
Expediente; depois, e que fossem mantidas as inscrições do Grande Expediente.
Temos o Requerimento de autoria da Vera. Maria do Rosário que requer a
seguinte seqüência de votação: Projeto que institui o Código de Proteção contra
incêndio, PLCE nº 001/97, página 07; Projeto que dispõe sobre a Política de
Assistência Social do Município de Porto Alegre, PLCE nº 003/98, página 09;
Projeto que concede o título de Líder Comunitário ao Sr. Fernando Camarano, PR
nº 014/98.
O Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães que requer que seja
apreciado em penúltimo o seu Projeto, PLCL nº 012/97, página 08, que institui,
oficialmente, como padroeira de Porto Alegre, Nossa Senhora dos Navegantes.
O Requerimento de autoria do Ver. João Dib que requer que vote por
último o seu Projeto, PLL nº 060/94, página 10, que oficializa, como Hino de
Porto Alegre, a canção “Porto Alegre Valerosa”. Os Requerimentos não são
colidentes.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, no
Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol que, ao entrarmos no Grande Expediente,
fizéssemos a homenagem ao Movimento Cultural Parthenon Literário e somente um
Vereador falasse em nome da Casa, perguntaria: nós retornaríamos ao Grande
Expediente ou entraríamos direto na Ordem do Dia ?
O SR. PRESIDENTE: A questão levantada pelo
Ver. Fernando Záchia é extremamente oportuna. O acordo firmado entre as
Lideranças seria de que fossem mantidas as inscrições do Grande Expediente para
próxima Sessão, pois não retornaríamos.
Coloco em votação os Requerimentos já enumerados, os quais não são colidentes.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Passamos ao
Destinado a homenagear o Movimento Cultural Parthenon Literário. Queremos,
com muito orgulho, citar a representação desta instituição tão querida pelos
porto-alegrenses: coordenador do Movimento Cultural Parthenon Literário, Sr.
Serafim de Lima Filho; secretário do Movimento Cultural Parthenon Literário,
Frei Achylles Chiappin; e uma série de outras pessoas ligadas à entidade que,
ao longo desse período do Grande Expediente, a partir do momento em que
recebermos do Setor de Relações Públicas, vamos nominá-las.
Esta Casa sente-se engalanada com uma homenagem tão justa a uma entidade
que, há tantos anos, vem promovendo a cultura em nosso Município.
Nós, então, saudamos a entidade e vamos, de imediato, já com a presença
de seus representantes junto à Mesa Diretora, convidar o Ver. Reginaldo Pujol
que, em nome da Casa, proferirá seu discurso no período de Grande Expediente em
homenagem, portanto, ao Movimento Cultural Parthenon Literário.
Nós concedemos, já que será o único orador, se houver a concordância do
Plenário, o período de 10 minutos para que o Ver. Reginaldo Pujol, em nosso
nome, homenageie a entidade.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. A Casa, excepcionalmente, altera a sua ordem dos trabalhos, coloca
o Grande Expediente em primeiro lugar, para que possamos fazer uma homenagem ao
Parthenon Literário no seu 130º ano de existência.
Nós temos o prazer de ter conosco o Coordenador do Movimento Cultural
Parthenon Literário, Sr. Serafim de Lima Filho, bem como, o seu Secretário, Sr.
Frei Achylles Chiappin.
Na figura dos dois queremos, em nome do Legislativo da Cidade, prestar
a homenagem devida, especialmente, porque no dia de hoje, quando se
manifestarem, conheceremos com mais profundidade o grande significado histórico
deste movimento, cujo trabalho de rearticulação vem sendo realizado com grande
intensidade nos últimos tempos. Inclusive, já tendo sido homenageado por esta
Casa Legislativa, quando do seu centenário, há 30 anos atrás, e que agora está
sendo reanimado nas suas finalidades principais, aquelas que ensejaram a sua
criação no longínquo ano de 1868, ainda no século passado, por beneméritos da
cultura gaúcha. Entre os quais se salienta a família Porto Alegre, que
contribuiu, de forma expressiva, para o surgimento dessa entidade, entidade que
tem um histórico marcado por valores da cultura gaúcha, entre os quais se
salientam Caldre Fião, Apolinário, Apeles e Aquiles Porto Alegre, como figuras
emblemáticas desse movimento surgido em 18 de junho de 1868. Movimento que
precedeu, com 30 anos de antecedência, a Academia Brasileira de Letras, que
fundou uma revista mensal e desenvolveu a cultura, as letras, a arte, o teatro,
a poesia, a tradição, a política, a ciência e as obras literárias do século
passado, aqui na Cidade de Porto Alegre.
Esse movimento, segundo o conceituado historiador Guilhermino César,
agremiou prosadores, poetas e homens de teatro, publicando, em 1869, uma
revista mensal e instituindo aulas noturnas gratuitas e o ensino supletivo de
forma pioneira, batendo-se, fortemente, pela abolição, libertando a mulher de
preconceitos, criando bibliotecas e pesquisa bibliográfica. Levantou o primeiro
registro das tradições e lendas locais e dedicou especial atenção ao teatro e
às atividades sociais, criando, finalmente, a Imprensa Literária e sendo a base
do surgimento de futuras editoras.
Tudo isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é suficientemente forte
para que nós tenhamos a satisfação de introduzir, nos trabalhos desta Sessão legislativa,
a homenagem que hoje estamos prestando, enaltecendo essas atividades, gizando
alguns aspectos altamente significativos da história desse movimento, entre os
quais o pioneirismo da solidariedade, quando, pela vez primeira neste Estado,
houve o ministério das aulas noturnas, o aprendizado dos chamados cursos
supletivos, tudo isso feito num gesto de absoluta solidariedade, obviamente não
num trabalho de assistencialismo, mas de integração social dos dirigentes do
movimento para com a sociedade de Porto Alegre.
E se isso não bastasse, há um fato histórico de que o Rio Grande muito
se orgulha: ter sido o pioneiro na abolição da escravatura neste País, ter-se
antecedido a qualquer outro ponto do território nacional nessa decisão. E essa
decisão, evidentemente, tem muito a ver com o Movimento Cultural Parthenon
Literário, eis que foi exatamente nas suas entranhas, dentro desse Movimento,
surgiram e floresceram as idéias que haveriam de dar essa condição de absoluta
primazia aos gaúchos, orgulhosamente incluída na nossa história e na nossa
tradição, de termos sido nós, os filhos dos pampas, os filhos do Rio Grande, os
primeiros a ensejar a realização da superação dessa página absolutamente
desagregadora do nosso histórico desenvolvimento cultural, social e político.
Aqui no Rio Grande, como diria Taveira Júnior, renascerá, por fim, a
liberdade. Aqui foi o primeiro brado liberal surgido com o movimento
abolicionista, com a contribuição para a formação da proclamação da República,
e tudo aquilo que caracterizou o final do século anterior, como a ação
política, progressista, renovadora e, sobretudo, libertária. Tem, na entidade
que hoje é por nós homenageada, uma marca indelével, capaz de se perpetuar para
todo o sempre.
É o que buscam, hoje, aqueles que querem reativar na plenitude o
Parthenon Literário. E esta Casa do Povo, onde são tão reconhecidas as
atividades do Parthenon, pelas razões que eu já alinhei, haverá de contribuir,
mais uma vez, para que esse objetivo tão relevante seja obtido e alcançado com
a maior brevidade possível no interesse até mesmo do desenvolvimento cultural,
do desenvolvimento literário, do desenvolvimento positivo das letras e das
artes do Rio Grande do Sul.
Concluo, utilizando primeiro uma lembrança; eis que por ocasião dos 130
anos do Parthenon Literário vêm sendo realizadas promoções e divulgações dessa
grande sociedade cultural, que antecedeu em trinta anos a Academia Brasileira
de Letras, e o fez com sucesso histórico e cultural jamais esquecido por
aqueles que conhecem a sua história, e que precisa ser reavivada. Os jornais,
revistas, “folders”, conferências, livros e programas escolares, que a
televisão vem divulgando com o apoio da Prefeitura de Porto Alegre e do Governo
do Rio Grande do Sul, haverão de ressurgir essa benemérita obra cultural
brasileira em toda a sua plenitude.
Há um convite para que todos participem, e nós estamos dando a primeira
resposta afirmativa, em nome do Legislativo da Cidade. Ao Secretário Achylles
Chiappin, ao Presidente Serafim de Lima Filho e a todos os integrantes desse
movimento restaurador, no bom sentido, queremos agregar a nossa mais ampla
solidariedade e a nossa absoluta confiança de que esse objetivo será alcançado,
para satisfação da cultura do Rio Grande e, sobretudo, para que os bons exemplos
prosperem para todo o sempre na nossa história.
O Parthenon Literário, por tudo o que se afirmou, é um daqueles
exemplos que terá, necessariamente, de ser cultivado por todas as gerações
deste Estado. Nós teremos que fazer a nossa parte, e o faremos com gáudio e com
satisfação.
Muito sucesso na empreitada restauradora, e o compromisso deste
Legislativo de estar junto com as lideranças, que se esforçam para que o
sucesso seja alcançado com brevidade, com altivez e no mais absoluto regozijo
pela cultura do Rio Grande, pela sua tradição e pela característica essencial
do gaúcho de sempre ser um homem que, na literatura e nas artes busca revigorar
o seu espírito e reafirmar a sua liberdade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): É com muita satisfação que assumo a Presidência dos
trabalhos, na condição de 1º Vice-Presidente, substituindo o 1º Secretário Ver.
Juarez Pinheiro, desculpando-me com os nossos amigos do Parthenon Literário,
pois, por motivo de força maior, não pude chegar antes. Queria dizer que estamos
recebendo do Parthenon Literário um documento que traz uma edição comemorativa
aos 130 anos da Sociedade Parthenon Literário. É um documento importante, que
está sendo entregue à Presidência da Câmara. Nós havíamos combinado que neste
primeiro semestre desta Legislatura falaria apenas um orador, e o Ver.
Reginaldo Pujol fê-lo muito bem em nome de todos nós. Este Vereador e vários
outros que estavam inscritos para falar hoje não usarão o tempo, em função desse
acordo das Lideranças e da Mesa. Nós vamos guardar esse Grande Expediente para
próxima Sessão, preservando o direito de cada Vereador. Queremos registrar a
presença da Diretora do Arquivo Histórico Municipal, Maria Ragagnim Osmari; do
nosso amigo e colega Vereador que faz parte do Parthenon Literário, Cyro
Martini; do tradicionalista Cláudio Pinto Sá; do Prof. Eugênio Vasconcelos e
também do Sr. Derli Xavier, entre outros.
Temos a honra de passar a palavra a um dos oradores, o Coordenador do
Movimento Cultural do Parthenon Literário, Sr. Serafim de Lima Filho.
O SR. SERAFIM DE LIMA FILHO:
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, demais autoridades, senhoras e senhores, eu queria
iniciar o meu pronunciamento - eu o fiz por escrito, pois não sou uma pessoa
que fale de improviso - fazendo uma singela homenagem ao meu ex-Professor de
História Geral, o Ver. Lauro Hagemann que se encontra presente, com o qual
aprendi muitas coisas neste mundo que nos rodeia. (Lê.)
“Sou uma pessoa de raízes humildes, tive que estudar trabalhando e
participando de lutas classistas. Já na aposentadoria, alguns de meus
entretenimentos são a leitura, o trabalho comunitário e a escrita. Como gosto
de me manifestar e escrever, hoje sou um dos articulistas da ‘Folha de
Palmares’. Foi em uma de minhas leituras que conheci o trabalho dos
intelectuais do Parthenon Literário e, a partir daí, iniciamos uma tentativa de
reativar este tão importante movimento cultural, esperando que nossa ação
alcance seu fim.
Confesso que a idéia nos foi passada por amigos que muito prezo e que
respeito por seus conhecimentos culturais, os quais estão aqui presentes, o Dr.
Derli Xavier e o professor Eugênio Vasconcelos. Não desejo-me alongar no tema,
até por não ser um ‘expert’ no assunto, mas, como também gosto de cultura,
tomei a iniciativa de procurar reunir pessoas com os mesmos gostos, para que
cada um diga o que sabe e o que pensa a respeito da idéia de tentar reviver e
reativar tão belos instantes da cultura rio-grandense. E, nessa caminhada,
tivemos a felicidade de chegar até esta Casa, que é o tambor ressonante da
multifacetada manifestação popular. Mas, para não ficar um vazio nesta nossa
conversa, permito-me citar algumas importantes alusões dos escritores Antônio
Carlos Machado e do Professor Leandro Oviedo, recolhidas de nossas leituras e
que refletem, muito fidedignamente, a imensa importância desse movimento
cultural do Rio Grande do Sul nascente. Assim se referem os ilustres autores
sobre o Parthenon Literário:
‘Movimento único, singular, sem paralelo nos anais da literatura
brasileira. Nenhuma outra iniciativa mergulhou ainda raízes mais fundas no chão
mental do Rio Grande. Enganam-se, pois, aqueles que antes de investigá-lo
imaginam tratar-se de uma realização de importância apenas relativa, condicional.
Foi o acontecimento mais importante para os fastos da inteligência
rio-grandense no inquieto século XIX, foi, sem dúvida, a fundação do Parthenon,
que representa a cúpula, a cumeeira de toda nossa literatura oitocentista,
riquíssima de aspectos e na qual se descortina todo um empolgante espetáculo de
entusiástica celebração.
Foi o marco do tardio alvorecer literário gaúcho e um grande estuário
estético, pois, além do regionalismo, vinham-lhe afluentes do Arcadismo e do
Romantismo e dele se projetaram as luzes do Simbolismo e do Parnasianismo, já
antevendo o Modernismo, o qual, a literatura gaúcha anteviu, buscando raízes.
Desimpedindo, com sua atuação firme e decidida, as atividades mentais
em benefício, sobretudo dos autores novos, não se limitava, porém, a
patrociná-las, mas buscava favorecer, com programas objetivos, o
desenvolvimento de outras manifestações espirituais.
O Parthenon não tem sido posto no lugar que deve ocupar. E, fato até
certo ponto inexplicável, é o desconhecimento quase geral do seu verdadeiro
valor.’
Eis aqui, senhores e senhoras, algumas pinceladas sobre a vida do
Parthenon Literário que, fundado em 18 de junho de 1868, completou 130 anos, e
que teve como principais fundadores: Apolinário, Apeles e Aquiles Porto Alegre,
José Antônio do Valle Caldre Fião, José Bernardino dos Santos, Hilário Ribeiro
e muitos outros intelectuais e amantes da cultura.
Antes de concluirmos, gostaria de fazer alguns agradecimentos pela boa
receptividade que estamos obtendo da Prefeitura Municipal, da Secretaria
Municipal de Cultura, por nos receber e acolher na sede do Arquivo Histórico;
ao Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre por entender o nosso
propósito de realizar essa reunião; à RBS por reeditar a “Divina Pastora” e nos
doar alguns exemplares. Aproveitamos a oportunidade para sugerir à RBS que
estude a possibilidade de reeditar a Revista do Partenon Literário.
Deixamos um abraço a todos os que estão nos acompanhando e compreendendo
o nosso intuito que é de reviver e reativar o Partenon, e, numa atitude mais
ousada, tentar transformá-lo num fórum permanente de debates e de novas
iniciativas culturais. Deixando, ao final, um convite especial aos jovens, bem
como a todos que gostam do belo e todas as suas vertentes. Agradecido.”
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos a palavra ao Frei
Achylles Chiappin, Secretário do Movimento Cultural do Partenon Literário.
O SR. FREI ACHYLLES
CHIAPPIN: Sr.
Presidente, amigo dos tempos da Universidade - deve estar lembrado;
autoridades; Vereadores presentes e especialmente simpatizantes do Partenon
Literário. Em nosso “folder”, inicialmente lançado como publicidade do Partenon
Literário, se encontra uma frase que diz; “Não se ama o que não se conhece”.
Certamente, nós pedimos para virmos a esta Casa do povo para começarmos uma
divulgação que é, sem dúvida nenhuma, uma das maiores glórias gaúcha em todos
os tempos. Não se ama o que não se conhece e se ama na medida em que se
conhece. Nós daremos um pequeno panorama desse renascer do Partenon Literário
para que esta Casa que gentilmente nos acolheu e acaba de se comprometer com
uma nova fase desse Centro Cultural nascido trinta anos antes da Academia
Brasileira de Letras que, provavelmente, terá um novo impulso com uma série de
novas revistas, reedição das revistas antigas e nova bibliografia. Darei aqui,
em poucas palavras, um pequeno histórico e a situação atual dessa Entidade.
Uma das sociedades culturais mais importantes do Rio Grande do Sul e do
Brasil, mas pouco conhecida, é a Sociedade Partenon Literária, fundada em
18.06.1868, em Porto Alegre, por Caldre Fião, Apolinário, Apeles, Aquiles Porto
Alegre e outros. Entidade essa que precedeu a Academia Brasileira de Letras
trinta anos antes; e o que dizer da Academia Rio-grandense de Letras? A Entidade
Partenon Literário fundou uma revista mensal e desenvolveu a cultura, as letras,
as artes, o teatro, a poesia, a nossa tradição gaúcha, a política, ciências e
obras literárias que hoje glorificam o Rio Grande. Poderíamos citar aqui o nome
de muitos autores, mas preferimos citar o de Guilhermino Cesar, um dos maiores
autores gaúchos, da história da literatura do Rio Grande. Essa Entidade
agremiou prosadores, poetas e homens de teatro, publicou a famosa Revista
mensal Partenon Literário e instituiu aulas noturnas gratuitas, ensino
supletivo, bateu-se pela abolição da escravatura no Brasil, procurou libertar a
mulher de preconceitos, criou bibliotecas e pesquisas bibliográficas, levantou
o primeiro registro das tradições e lendas gaúchas, dedicou especial atenção ao
teatro e atividades sociais, e, acima de tudo, criou a imprensa literária e
futuras editoras.
Como já esgotou o nosso tempo, não vamos citar os autores do nosso Parthenon
Literário, nem iremos abordar aqui em síntese as grandes comemorações dos 100
anos do mesmo, com obras e patrocínio da Prefeitura e Câmara de Vereadores.
Apenas gostaríamos de concluir este nosso encontro do povo com a Câmara,
dizendo que o Parthenon Literário atual está ressurgindo, está renascendo,
renovando-se, porque a cada mês uma plêiade de estudiosos, curiosos e
investigadores reúnem-se para escrever, difundir e desenvolver essa grande
glória gaúcha e brasileira.
Por isso, queremos convidar a todos aqueles que amam as letras, que
amam a cultura gaúcha que, o quanto possível, se integrem nessas grandes
promoções culturais. O encanto e a beleza da vida é renovar-se a cada dia e a
cada momento, especialmente no campo da cultura, letras, literatura e política.
A equipe atual do Parthenon Literário, ao celebrar os 130 anos do natal da
sociedade Parthenon Literário, convida a todos os amantes da cultura, da
história e da arte, do teatro e da política, da tradição gauchesca, das
ciências para participar dessas comemorações.
Senhor Presidente, queremos deixar aqui um agradecimento, porque está
ali no canto um representante da Câmara, o Ver. Cyro Martini, que está sendo
uma força, uma base, uma dedicação a toda prova, representando esta Casa.
Queremos agradecer à Câmara, à Presidência e a este Vereador que tanto dedicou
para que esta obra se concretizasse.
Convidamos especialmente a juventude estudantil gaúcha a estudar, conhecer
e valorizar mais esta grande obra cultural, gaúcha e brasileira, o grande
Parthenon Literário. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Infelizmente o nosso tempo
corre e os nossos ilustres convidados homenageados foram corteses em fazer um resumo
do que foi dito. O material impresso pelo Parthenon Literário foi entregue a
cada um e, aquela parte que o Frei Achylles não conseguiu ler, está com os
nomes dos grandes escritores e os nomes dos integrantes do movimento.
Ficamos muito satisfeitos em recebê-los, e eu, particularmente, recebi
uma confidência do Frei Achylles, muito amigo do meu pai e da minha mãe em Ijuí
e que, em muitas oportunidades, se encontraram na construção da Universidade
que hoje é UNIJUÍ, e antes era Faculdade de Filosofia, Teologia, depois a
FIDENI e, assim, se formou uma potência lá que, hoje, é a UNIJUÍ.
Queremos agradecer a todos e dizer que nós enviaremos ao Parthenon Literário,
a sua Diretoria, um dossiê com todos os pronunciamentos, tudo que aconteceu
aqui e se possível vamos providenciar algumas fotos, porque este momento é
muito importante para a Câmara. Hoje são raros os movimentos culturais em nosso
País. A nossa sociedade mundial e local anda um pouco adoecida. Isso é ruim.
Estamos fazendo votos para que esse tipo de movimento frutifique para recuperar
nas pessoas a consciência da cidadania e o processo da filosofia. Hoje não mais
se discute, não mais se pensa. Agimos por impulso e parece que a vida é um
eterno improviso e não podemos concordar com isso. Temos que voltar a viver com
toda a intensidade e com a riqueza que o ser humano tem, com a sua inteligência
e capacidade criativa.
Por isso é importante o Movimento Parthenon Literário, porque participamos
do desenvolvimento desse processo ao recebê-los em uma audiência como Presidente
da Casa, e a Mesa da Câmara foi muito feliz em colocar junto com as Lideranças
este momento. Tenho certeza de que estamos fazendo renascer em muitos de nós
este espírito voltado à questão cultural, ao conhecimento da história, à
leitura e a todo um processo que precisa ser revigorado em nós e no povo do
nosso País.
Agradeço a presença dos senhores e das senhoras que participam do Parthenon
Literário e em especial a presença do Sr. Serafim de Lima Filho, que é o
Coordenador do Movimento Cultural e o Secretário, Frei Achylles Chiappin, nosso
amigo. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às14h54min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h57min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
solicita licença para tratamento de saúde no dia de hoje, 22/06/98. A Vera.
Clênia Maranhão solicita licença para tratamento de assuntos particulares no
dia de hoje, 22/06/98.
(Obs.: Foram aprovados Requerimentos de licença dos Vereadores Antonio
Hohlfeldt e Clênia Maranhão, e dada posse aos Suplentes, conforme consta da
Ata.)
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, apenas para
um registro de saudação ao Ver. Wilson Santos, que já teve mandato integral
nesta Casa, e retorna hoje, para alegria de todos nós.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa faz o uso das
palavras do Ver. Pedro Ruas, fazendo o mesmo registro e diz que no momento
oportuno nós vamos lhe fornecer a palavra, conforme o Regimento.
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, peço atenção para esse assunto: a venda do mesmo assento de avião
para mais de uma pessoa, eufemisticamente chamada de excedente, tem sido
documentada, através da mídia, por reiteradas reclamações públicas. Ocorre
diária e freqüentemente o engodo e a reclamação, sem que as empresas aéreas
dêem qualquer satisfação a essa clientela que é ofendida. Se qualquer pessoa
física ou jurídica vender o mesmo objeto para duas pessoas diferentes, ou mais,
é legalmente chamada de estelionatária ou peculatária. Não podemos esquecer da
lei física da impenetrabilidade da matéria, ou seja, dois corpos não podem
ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Como pode um objeto comercial, indivisível,
impossível de ser ocupado por mais de uma pessoa, ser vendido para dois ou mais
interessados sem que isso se constitua num ilícito? O pior é que essa
má-fé permanece impune, mais ainda,
sobre a indiferença insensata dos responsáveis ou irresponsáveis. Quem sabe um
dia os ouvidos de mercador das empresas aéreas se sensibilizem e possam
interromper esse verdadeiro absurdo.
Proporíamos a restauração das antigas listas de esperas, por exemplo,
como início de debate. Alega-se que essa prática é consagrada por companhias do
mundo inteiro, assim o mundo inteiro incide num ilícito grave, iludindo,
enganado os seus consumidores. O absurdo maior é a perda da credibilidade de
uma das empresas que outrora foi um orgulho do Rio Grande do Sul e hoje desmoraliza-se
por tão pouco.
Esse fato ocorreu com este reclamante que vos fala. Comprei uma
passagem, compareci no guichê para um “check-in”
e comunicaram-me que o assento já tinha sido por “overbook” vendido a outro
passageiro e que eu deveria, ao invés do vôo das 9h30min, pegar o vôo das
10h30min para São Paulo, o que ocorreu somente às 11h30min. Consegui chegar a
Brasília depois das 17 horas, depois de serem oferecidos R$ 150,00 de cala-boca
ou uma passagem aérea que poderia ser usada posteriormente quando quisesse,
isso me afigurou como um suborno. Depois constatei que a Polícia Federal não
tomaria nenhuma iniciativa para coibir essa fraude, pois não tem poder de
Polícia e que o DAC só tem o documento chamado de sugestões e reclamações para
denunciar essa vigarice, falcatrua contra o interesse do consumidor, quase
sempre tratado como gado, sem chance legal ou administrativa de qualquer
compensação de seus prejuízos. Na volta, Ver. Pedro Américo Leal, atrasei-me no
vôo de volta para Brasília e tive que mudar de vôo e, ainda por cima, paguei
uma multa de trinta reais, que é regulamentar, mas a Companhia me faz esperar
duas horas. Vendeu para duas pessoas e eu pago multa, do outro lado. Ao mesmo
tempo em que fomos moralmente forçados a denunciar mais essa deturpação
grosseira do sistema - e o fazemos em defesa da população, e não
individualmente - estamos encaminhando uma ação judicial de indenização de
prejuízos e multa por parte do DAC, além de divulgação por parte da imprensa
dessa barbaridade comercial, até que um Diretor da Empresa VARIG - e eu digo
com a maior vergonha porque tenho o maior carinho pela VARIG, nome que sempre
foi sinônimo de honestidade - tome providências para reparar essa grosseria de
que são vítimas os seus usuários. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa escutou as
declarações do Ver. Cláudio Sebenelo e quer dizer que aconteceu exatamente a
mesma coisa com este Vereador na última viagem que fez para a nossa Convenção
Nacional em São Paulo. Ao entrar no avião, o banco estava ocupado por outra
pessoa que tinha o mesmo número e tinha todos os papéis para provar que o banco
era dele, e era meu também. Então são coisas que não podem passar
despercebidas.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL
(Requerimento): Requeiro que a Câmara tome uma providência, porque há dois Vereadores
que foram, praticamente, prejudicados. A Câmara deve se comunicar com a VARIG,
com o DAC, seja lá com quem for, para fazer com que eles, pelo menos, se
desincumbam de suas funções com mais exatidão, porque não é possível acontecer
tudo isso. O povo está sofrendo.
O SR. PRESIDENTE: A Presidência vai solicitar
à Mesa Diretora que tome as providências em função das questões colocadas pelo
Ver. Cláudio Sebenelo e por V. Exa.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Requerimento): Quero complementar o Requerimento do Ver. Pedro Américo Leal, no sentido de que a Comissão de Defesa do
Consumidor trabalhe com essa matéria, na medida em que está sendo lesado o
direito do consumidor.
O SR. PRESIDENTE: Muito bem, então peço a
Diretoria Legislativa que assim o faça, encaminhe à Comissão de Direitos
Humanos e do Consumidor e à Presidência para as providências solicitadas e
aceitas por este Plenário.
O Ver. Wilson Santos está
com a palavra, no dia da sua posse.
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, demais presentes a esta Sessão, com sinceridade não era a minha
intenção usar esta tribuna, mas consciente do espaço que estava aberto, entendi
que era extremamente importante que eu aqui me manifestasse.
Eu conduziria um breve raciocínio da seguinte maneira: há coisas nas
nossas vidas que devem estar em silêncio, e não devem ser trombeteadas: por
exemplo a lei maior, a lei natural nos diz : “Que não saiba a vossa mão
esquerda o que dá a direita”. Quando se faz uma caridade ou um bem, a
verdadeira gratificação e o verdadeiro pagamento para essa atitude é fazê-la em
silêncio. Por outro lado, também, quando se fala no orgulho, na vaidade, no
egoísmo, se fala naquelas condições contrárias ao objetivo do cristianismo,
porque a maior chaga da humanidade, o que impede que o cristianismo chegue ao
seu objetivo derradeiro, é o orgulho, o egoísmo e a vaidade.
Eu fiz estas duas colocações para dizer que, independentemente, dentro
desse contexto cristão essas coisas são verdadeiras. Há alguns momentos na vida
do cidadão em que um valor maior se levanta e que não é possível ficar em
silêncio e não é possível frear o orgulho e a vaidade, porque voltar, por mais
breve que sejam os momentos, ao Parlamento da Capital do Estado do Rio Grande
do Sul, ao Poder Legislativo, é alguma coisa de tamanha importância que não
deixa o cidadão insensível, e eu não fiquei insensível. Foi verdadeiramente
envaidecido e orgulhoso que eu vim até a tribuna, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para deixar registrado nos Anais
desta Casa que, depois de ter passado aqui com um mandato efetivo, venho na
situação eventual, como Suplente, tomando posse e me tornando por alguns
momentos Vereador desta Capital.
Deixo o registro e agradeço pela atenção. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
A Mesa registra a presença do sempre Vereador e atual Diretor do DEMHAB,
Sr. João Verle, que veio em visita, sem nenhum projeto para negociar, o que
significa que é o momento de mostrar que o Diretor não vem a esta Casa só para
pedir, mas para oferecer os préstimos do Executivo.
Registramos que, na data de ontem e na data de hoje, mais dois Vereadores
fazem aniversário. Eu estava aguardando a presença deles no Plenário para
saudá-los. Trata-se do Ver. Adeli Sell, que fez uma bela festa no Clube
Caixeiros Viajantes, e do nosso colega, Ver. Décio Schauren.
Queremos saudá-los com uma salva de palmas. (Palmas.)
O SR. JOÃO MOTTA
(Esclarecimento): Sr. Presidente, eu só queria anunciar que, às 16 horas, nós vamos
comemorar o aniversário do Ver. Décio Schauren, o qual aniversaria no dia de
hoje.
O SR. PRESIDENTE: Vamos fazer uma interrupção
às 16 horas para a recepção do Ver. Décio Schauren, que aniversaria hoje.
O SR. SECRETÁRIO: Apregoamos a Emenda nº 01 ao PLL nº 139/97, de
autoria do Ver. Hélio Corbellini, subscrita pelo Ver. Carlos Garcia. (Lê.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1153/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 001/97, que institui o Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre e dá
outras providências. Com Emendas nºs 01
a 14, 17, 19, 22, 26 a 36, Subemenda nº 01 à Emenda nº 29, Mensagens
Retificativas nºs 01, 02 e 03 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 10.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela
aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 a 13 e da Mensagem Retificativa nº 01;
Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação das Emendas nºs 14, 17, 19, 22,
26 a 34 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 29;
-
da CEFOR. Relator Ver. Guilherme
Barbosa: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 a 13 e da Mensagem
Retificativa nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto, das
Emendas nºs 01 a 13 e da Mensagem Retificativa nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;
- retiradas
as Emendas nºs 15, 16, 18, 20, 21, 23, 24 e 25;
- incluído na
Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE:
Em discussão o PLCE nº
001/97. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, em votação. O Ver. Guilherme
Barbosa está com a palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, neste momento nós estamos encaminhando esse Projeto, que é de muita
importância para a Cidade de Porto Alegre. Ele não é de autoria apenas do
Executivo Municipal. Foi coordenado pelo Executivo e elaborado pelo Arquiteto
Manganelli, que aqui se encontra, mas foi estruturado e trabalhado a muitas
mãos, por meio da representação de muitas entidades, de técnicos que são
especialistas na área de combate ao incêndio.
Temos várias leis, uma legislação esparsa, e este código condensa,
consolida essas leis e traz no seu texto o que de mais avançado há no combate
ao incêndio.
Neste momento, Srs. Vereadores, quero dizer da minha satisfação
pessoal, pois estaremos votando uma legislação, sem dúvida, importante para a
Cidade de Porto Alegre. Com esta lei estaremos dando aos nossos munícipes mais
segurança nas nossas edificações, não só quando o incêndio já ocorreu, mas a
lei determina procedimentos para evitar o incêndio, que é um dos aspectos mais
importantes. E depois, se infelizmente o incêndio vier a ocorrer, para que o
efeito dele seja o menor possível, tanto no patrimônio quanto na vida e na
saúde das pessoas, dando condições de evasão para que haja o menor dano
possível para as pessoas.
Há uma série de emendas apresentadas, também peço o voto dos Srs. Vereadores
a elas. Chamo a atenção que apresentamos duas vezes a mesma emenda, mas isso
fica corrigido se aprovarmos a Emenda nº 13, pois automaticamente prejudicará a
Emenda nº 34, elas têm o mesmo texto.
Então, ao aprovarmos a Emenda nº 13, fica eliminada a repetição que
ocorreria pela Emenda nº 34.
É importante a aprovação da Emenda nº 29, e posteriormente da Subemenda
nº 1 à Emenda nº 29; também a Subemenda nº 1 à Emenda nº 10.
Então, Srs. Vereadores, é um encaminhamento rápido, pedindo a
aprovação, o voto de todos ao Projeto, pois com certeza estaremos aprovando uma
das legislações mais importantes para a Cidade, que vai trazer mais segurança
ao nossos munícipes e às nossas edificações. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal
está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, evidentemente que este trabalho não foi feito só por Vereadores;
foi feito por técnicos e pelos integrantes do Corpo de Bombeiros. Eu estive com
o Ver. Adeli Sell, durante visitas que fizemos no ano passado, acompanhando
esse trabalho. É claro que não é um trabalho apenas de Vereadores, quando muito
os Vereadores assistiram à confecção dessa copiosa organização de regras. Como
não poderia deixar de ser, isso vem ao encontro de, e vem em proteção ao Plano
Diretor da Cidade, porque sobre o Plano Diretor repousam todas as regras aqui
estabelecidas.
Eu tenho muito que ver com o Corpo de Bombeiros, porque juntamente com
o Prefeito Tarso Genro, tivemos a iniciativa do 1º Grupamento de Incêndios,
colocado na Praça Glênio Peres, e que hoje, a esta hora, convoca-me para uma
reunião, a que eu não posso assistir, porque está sendo votado este Projeto. É
até uma ironia, mas eu quero chamar a atenção de que este trabalho faz a previsão
de uma série de medidas acauteladoras para que não haja incêndios em Porto
Alegre, ou pelo menos que se evitem incêndios, tais como: as portas de
emergência, as chamadas portas contra incêndios, os chuveiros - e peço que me
desculpem, pois não tenho a terminologia técnica, mas os chuveiros que
automaticamente se mobilizam para levar a um ambiente um pouco mais aquecido,
um jato d’água, um jato como o nome está dizendo, um chuveiro de água.
E esse plano também prevê uma série de medidas muito importantes e que
ninguém pensa nisso, os hidrantes, por exemplo. Onde estão colocados os
hidrantes? Os hidrantes são na verdade uma peça importantíssima para a Cidade e
às vezes eles são anulados, porque o Corpo de Bombeiros não pode trabalhar,
porque estão estacionados automóveis no local dos hidrantes. Imaginem os
Senhores, quando os bombeiros com sofreguidão procuram engatar os hidrantes e
se vêem impossibilitados, aqui na Cidade, porque tem carros estacionados na
frente dos mesmos, este Projeto prevê todas essas medidas acauteladoras.
Então é muito importante que votemos esse Projeto, porque ele completa
e muito o Plano Diretor. O Plano Diretor sem o Código de Proteção contra
Incêndio de Porto Alegre de pouco adianta para a Cidade, eles se completam.
Srs. Vereadores, eu peço muita atenção para a votação das emendas. Só emendem
aquilo que for necessário, não emendem por emendar, porque o Código está muito
bem feito, foi feito por técnicos e os Vereadores não podem subir acima das
chinelas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra para encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós, talvez, estejamos diante de um instrumento dos mais
importantes e vitais para o interesse da população e da Cidade, que é o Código
de Proteção Contra Incêndios, porque ainda está viva na memória da população
todos as tragédias a que esta assistiu nessas últimas décadas, não só em Porto
Alegre. Aqui, um caso extremamente dramático foi o incêndio das lojas Renner.
Evidentemente, todos os instrumentos disponíveis que se possuía, à
época, e todas as dificuldades para acessar à loja Renner deixavam a desejar, a
própria estrutura da edificação da loja Renner era uma verdadeira jaula, onde
as pessoas sequer puderam sair pelas janelas. Enfim, havia todo um pensamento
que deixava à margem a questão da segurança contra incêndios.
Esses acontecimentos em Porto Alegre, em São Paulo, no edifício Joelma
e tantos outros sinistros que assistimos vêm chamando a atenção para essa grave
questão que é dotar a Cidade com instrumentos de combate ao incêndio e também
dar a definição da própria Cidade, com seus obstáculos nas ruas. Todos esses
mecanismos são de extrema importância.
Fica aqui a manifestação do PDT para que se aprove o mais rápido
possível essa matéria e que não se emende demais, porque é um Projeto estudado
diante da realidade, e até das tragédias, e estudado por técnicos especialistas
no assunto, porque, muitas vezes, tal é o conjunto de emendas que pode até comprometer
a grande finalidade deste Projeto, que é criar as condições legais, objetivas,
materiais, para que se tenha pronto atendimento naqueles casos que,
infelizmente, ocorrem os incêndios.
Fica aqui a nossa manifestação.
Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. está na tribuna, eu estou em encaminhamento,
não posso dar aparte a Vossa Excelência, mas a sua presença física em frente ao
microfone dos apartes dá bem a dimensão do Projeto que vamos votar. A sua importância
é vital para a população, é vital para todo um sistema de prevenção contra incêndio.
A quantidade de emendas, muitas vezes elaboradas com o afã de ajudar, podem
prejudicar. Nesse sentido, eu, o Ver. Pedro Américo Leal, enfim, a Casa de um
modo geral, estaremos vigilantes para que determinadas emendas não tenham êxito
no sentido de desviar as grandes finalidades técnicas, objetivas que o Projeto
se propõe, no sentido até de deformar. Muitas vezes no interesse de resolver o
problema se criam problemas.
O PDT encaminha favoravelmente ao Projeto, evidentemente, ressalva as
emendas que vamos acompanhar por se tratar de uma matéria extremamente
importante para a Cidade, que é o Código de Defesa contra incêndios. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, essa matéria, que entra em votação no dia de hoje, o Código de
Proteção contra Incêndios em Porto Alegre, é um projeto que maturou na Casa por
um bom período, teve marchas e contramarchas, veio do Executivo e para lá
retornou. Solicitou-se audiência e tivemos a oportunidade de ouvir os
representantes do Corpo de Bombeiros. Entidades credenciadas do Município
manifestaram-se sobre essa matéria. Anteriormente, houve algumas manifestações
de ilustres Vereadores que fizeram com que o Projeto anterior fosse retirado
ainda na Legislatura passada. Ele voltou para esta Casa em março de 1997. A
nossa Comissão de Constituição e Justiça, em setembro de 1997, aprovou o
Parecer do Ver. Cyro Martini que concluía pela legalidade do Projeto.
Posteriormente, houve intervenção forte de vários Vereadores, inclusive um
Parecer do Ver. José Valdir na Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação.
Enfim, tramitou, recebeu emendas, subemendas, algumas foram mantidas, outras
retiradas. Agora, ele chega, maduramente, à decisão desta Casa.
Há emendas que poderão ensejar alguma discussão, mas com a retirada das
Emendas nºs 15, 16, 18, 20, 21, 23, 24 e 25, que eram polêmicas, e com as três
Mensagens Retificativas, nºs 1, 2 e 3, pouca coisa precisa ser, neste momento,
objeto de uma discussão mais profunda. Quero, em uma frase, colocar a posição
do nosso Partido, a Frente Liberal, hoje aqui representado não somente por nós,
mas também pelo Ver. Gilberto Batista que é, inclusive, autor de algumas das
emendas, uma delas retirada em função de uma negociação que ocorreu. Então, os
integrantes do PFL pensam que a matéria que já foi tão arduamente discutida nas
comissões deva ser aprovada neste instante e até com uma manifestação de
regozijo da Casa pela circunstância de o Legislativo ter-se colocado diante de
uma tarefa de tal magnitude de forma muito independente, muito responsável e,
sobretudo, com grande espírito público. Toda essa discussão demonstra que não
estamos aqui para carimbar determinadas propostas que venham de onde vierem,
especialmente quando vêm do Executivo. Estamos aqui para discuti-la,
descoimá-la, corrigi-la quando necessário, ouvindo segmentos da comunidade,
especialmente aqueles mais especializados. No caso aqui ocorreu com a vinda do
CREA, do Corpo de Bombeiros, daquelas entidades mais diretamente envolvidas com
o assunto. Depois de toda essa discussão feita, o que deve ocorrer, e
certamente irá ocorrer, é uma aprovação serena do corpo do Projeto, e, se for o
caso, algumas discussões pontuais sobre as emendas remanescentes, em número bem
pequeno diante do número que já existiu, com as retiradas ocorridas e de acordo
com o encaminhamento final que será proposto pela Presidência da Casa, na conformidade
do que foi proposto pela Diretoria Legislativa.
É essa a posição do PFL nessa circunstância, porque entende que todo o
esforço da Casa foi no sentido de viabilizar essas votações no dia de hoje, e
já se encontra altamente compensada com a circunstância de estarmos muito
próximos de deliberar sobre matéria de tamanha relevância. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Senhores Vereadores, não
existem mais bancadas inscritas para encaminhar a matéria. A Presidência faz
uma sugestão aos Senhores Vereadores para a votação no caso das Emendas:
aquelas Emendas que não sofrerão nenhum tipo de prejuízo e que estão aqui
anotadas nas indicações das Emendas que serão votadas poderão ser votadas em
bloco a fim de que possamos ganhar algum tempo no período de votação. Se houver
manifestação contrária, colocaremos em votação uma a uma.
Vamos votar o Projeto com a ressalva de emendas e subemendas, lembrando
que, para aprovação deve haver voto favorável da maioria absoluta dos membros
da Câmara Municipal, de acordo com o artigo 82 parágrafo 1º inciso I da Lei Orgânica.
Quero lembrar, também, que foram retiradas as Emendas nºs 15, 16, 18,
20, 21, 23, 24 e 25.
Colocamos em votação o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
001/97, com a ressalva das Emendas e Subemendas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em votação a Mensagem Retificativa juntamente com as Emendas. Mensagem
Retificativa nº 1, Emendas nºs 1, 2, 3, 4, 8, 9...
O SR. JOÃO DIB: Primeiro deve ser votada a
Mensagens Retificativa.
O SR. PRESIDENTE: Posso fazer como V. Exa.
está indicando, só que, como a Mensagem Retificativa não deixa de ser uma
emenda, nós estamos apenas sugerindo. Se V. Exa. assim o quiser, coloco em
votação a Mensagem Retificativa.
Em votação a Mensagem Retificativa nº 01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que aprovam a Mensagem Retificativa permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação as Emendas nºs 1, 2, 3, 4, 8, 9, 14, 17, 19, 22, 26, 30, 31,
32, 33, 35 e 36. Estas Emendas não sofrerão prejuízo nenhum, de acordo com as
indicações que nós temos. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADAS as
Emendas, com abstenção do Ver. João
Dib.
Em votação a Emenda nº 05, aposta ao PLCE nº 001/97. Se essa Emenda for
rejeitada, prejudicará as Emendas de nº 06 e 07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em votação a Emenda nº 06, aposta ao PLCE nº 001/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em votação a Emenda nº 07, aposta ao PLCE nº 001/97.(Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em votação a Emenda nº 10, aposta ao PLCE nº 001/97. Se for rejeitada,
prejudicará a Subemenda nº 01, à Emenda nº 10 e a Emenda nº 11. (Pausa.) Os
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 11, aposta ao PLCE nº 001/97. (Pausa) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 12, aposta ao PLCE nº 001/97. Se for rejeitada,
prejudicará as Emendas nº 27 e 28. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 13, aposta ao PLCE nº 001/97. Se for apreciada,
prejudicará a Emenda nº 34. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.)APROVADA. Fica
prejudicada a Emenda nº 34.
Em votação a Emenda nº 27, aposta ao PLCE nº 001/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentadas. (Pausa.)
APROVADA.
Em votação a Emenda nº 28, aposta ao PLCE nº 001/97. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 29, aposta ao PLCE nº 001/97. Se for rejeitada,
prejudicará a Subemenda nº 01 à Emenda nº 29. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 1 à Emenda nº 29, aposta ao PLCE nº 001/97.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 1 à Emenda nº 10, aposta ao PLCE nº 001/97.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
PROC. 1622/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 003/98, que altera o artigo 13 da Lei Complementar nº 352, de 08 de agosto de
1995, que dispõe sobre a Política de Assistência Social do Município de Porto
Alegre e dá outras providências.
Observações:
- incluído na
Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM
- para
aprovação maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLCE nº 003/98.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADO.
PROC. 0881/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/98, de autoria do Ver. José
Valdir, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Fernando
Camarano.
Parecer
- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PR nº 014/98.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. RENATO GUIMARÃES
(Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que o próximo projeto seja o PLL nº 139/97,
do Ver. Antônio Losada, que trata dos códigos de barras, porque foi o último
projeto que discutimos na última Sessão.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ
(Esclarecimento): Sr. Presidente, peço vênia a V. Exa. para um esclarecimento. O projeto
de lei que tratou da questão do Código de Proteção Contra Incêndio foi
aprovado, pelo que me consta, por unanimidade.
O SR. PRESIDENTE: Correto.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Eu queria pedir licença para
dizer que esse trabalho demorou um bom tempo na Casa e teve a participação de
um dos técnicos mais conhecedores e aplicados desse assunto, o Arquiteto Ernani
Manganelli, aqui presente.
O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado pela
presença e pelo apoio que deu à Casa.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: E também a Arquiteta Ivani
Souza Davi. Os dois fazem parte da Comissão Consultiva para Proteção Contra
Incêndio. Mas queremos dizer que são funcionários da SMOV e sei que foi para
eles um trabalho muito grande e muito importante. Muito obrigado.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, dentro daquela linha que V. Exa. propôs, de discussão das
Lideranças, sobre a questão do Ver. Renato Guimarães, eu quero informar a V.
Exa. que o PDT é favorável ao Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Eu vou suspender por um
minuto a Sessão para que as Lideranças conversem.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h01min.)
O SR. PRESIDENTE (às
16h03min):
Estão reabertos os trabalhos
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, eu desisto
do meu Requerimento.
PROC. 1037/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
045/97, de
autoria do Ver. Paulo Brum, que obriga as escolas de formação de condutores de
veículos automotores (auto-escolas), sediadas no Município de Porto Alegre, que
possuam no mínimo 10 (dez) veículos em sua frota, à adaptação de um desses para
o aprendizado de pessoas portadoras de deficiência física. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na
Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM;
- adiada a
discussão por duas Sessões;
- discutiram
a matéria os Vereadores A. Sell e C. Martini.
O SR. PRESIDENTE: Discussão geral e votação
do PLL nº 045/97 - página 11 -, Proc. nº 1037/97, de autoria do Ver. Paulo
Brum, com Emendas 1 e 2.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento relativo ao
Projeto referenciado pelo Sr. Presidente, firmado pelo Ver. Paulo Brum,
requerendo o adiamento da discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1224/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
059/97, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre a obrigatoriedade de Curso
Superior de Educação Física para os responsáveis pelas academias de artes
marciais. Com Emenda nº 01.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela
rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da COSMAM. Relator Ver. Renato Guimarães:
pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- adiada a discussão por quatro Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
059/97. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. No nosso entendimento, o Projeto nº 8.141 já contempla a
necessidade das academias e clubes esportivos terem um responsável técnico
sendo professor de Educação Física. Esta Lei proposta pelo Ver. Reginaldo Pujol
chegou tarde a esta Casa, visto que já houve um outro Projeto que já foi
aprovado e que é Lei em Porto Alegre. Este Projeto está na fase final de
regulamentação e a partir de agosto passa a ter validade. Então, no nosso entendimento,
já existe a necessidade do responsável técnico ser professor de Educação
Física, só que esta lei, já existe uma Lei anterior, a Lei nº 8.141, aprovada
em março deste ano, diz a mesma coisa. Então, por isso somos contrários à
formulação do Projeto de Lei do Ver. Reginaldo Pujol. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo
está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu queria encaminhar pela minha Bancada, PSDB, este assunto que
acho da maior importância. As Artes Marciais no Rio Grande do Sul são encaradas
como alguma coisa totalmente fora de um currículo, quando, na verdade, eu acho
fundamental e muito inteligente este Projeto, porque faz abranger e se submeter
a um currículo mínimo de uma universidade como é a Escola de Educação Física
com professores, com orientadores e com pessoas que tenham condições de
Educação Física que é uma das funções fundamentais das Artes Marciais.
Inclusive descaracterizando a função agressiva e destruidora das Artes Marciais
como é o karatê, como é a inaudita potência de uma pessoa que faz com um cutelo
de mão rebentar pilhas de tijolos, o que não fará com a traquéia de uma pessoa,
ou com os ossos de uma pessoa. Então essa parte agressiva, um professor de
Educação Física pode perfeitamente desviar toda essa energia para um projeto
construtivo, para um projeto de saúde, para um projeto inclusive defensivo (por
que não?), numa sociedade violenta, mas jamais estimulando a agressão.
Esse eu acho que seria fundamentalmente o papel do professor, que teria
condições, inclusive, com aprendizado superior, de orientar as atividades nas
escolas de artes marciais. Acho fundamental. Proliferam em todas as capitais
brasileiras inúmeras escolas de artes marciais, e a presença de um professor de
Educação Física é fundamental, pois oficializa uma orientação de uma escola
superior, e faz com que nossos filhos que entram numa academia marcial saibam
que vão lá para se defender, mas que não têm aquela atividade destrutiva, de
intensa agressão, que caracteriza a arte marcial do ponto de vista do
entendimento da vulgarização dessa imensa energia. Por isso, é fundamental a
presença de um professor de Educação Física em academias de artes marciais.
Voto a favor do Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador).
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): Para
encaminhar pelo PTB tem a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Na verdade, não concordo com o Projeto, porque a argumentação de
que é necessário um professor de Educação Física nas academias de artes
marciais não é correta. O Ver. Cláudio Sebenelo diz que a energia desses
atletas seria carreada de uma outra forma. Não, a energia dos atletas numa
academia de artes marciais tem que ser carreada exatamente para os golpes que
eles têm que dar e têm que aparar. Não devem ser carreada para o futebol, para
a corrida, ou qualquer outro esporte. A energia tem que ser carreada para a
disputa de artes marciais. Se houvesse - e acredito que haja - a necessidade de
um professor especializado em outra matéria seria Filosofia para que eles possam
aplicar, na academia de artes marciais, aquilo que aprendem na vida, para que,
dentro de uma determinada doutrina, não se tornem violentos. O que nós todos,
na verdade, sempre criticamos neste aprendizado das artes marciais, e V. Exa.,
que já esteve com professores de academias, sabe muito bem que não é somente o
aluno aprender o golpe, ou aprender a se defender, isto é absolutamente normal.
Eu acho que todos aqueles que passaram por uma academia, que entraram numa
academia de artes marciais quiseram ir até lá para aprender a dar o golpe para
se defender. E o que o professor de artes marciais ensina é exatamente fazer
com que a energia possa ser transferida, exatamente, para o momento do golpe ou
então para a defesa.
Agora, o que é pouco ensinado nas academias, e nós que conhecemos bem
as academias sabemos disso, é na verdade, a doutrina, a filosofia, o que na
verdade as pessoas devem fazer com aquele aprendizado que estão recebendo. Eu
acho que isto faz falta. Agora, não sou contrário aos professores de Educação
Física e acho que eles bem orientam os seus alunos e bem orientam a sociedade
em vários tipos de atividades físicas, mas, essencialmente nesta, sou obrigado
a discordar do meu amigo Ver. Reginaldo Pujol. Eu tenho um carinho muito grande
pelo Ver. Reginaldo Pujol, por todo o serviço que já prestou a esta Cidade, e a
esta sociedade. Eu acredito que se ele colocasse neste Projeto um Professor de
Filosofia, talvez nós tivéssemos endereçando melhor aquilo que o Ver. Reginaldo
Pujol quer alcançar. O Professor de Educação Física é necessário em inúmeras
atividades, mas eu acredito que menos nas academias de artes marciais. Nas
academias de artes marciais nós temos que ter professor de artes marciais,
alguém que saiba realmente ensinar, que saiba verdadeiramente arte marcial.
Ninguém vai entrar lá para aprender corrida, para aprender levantamento de peso
ou para aprender outro esporte qualquer, vai aprender é artes marciais e a doutrina.
O que falta, na verdade, é um pouco de filosofia para essas pessoas que freqüentam
as academias de artes marciais e, por isso mesmo, acontecem os exageros, os
destemperos. Muitas vezes esses alunos saem da academia pensando que podem
bater em todo mundo, e podem, realmente se agigantar frente aos outros grupos.
Nós somos contrários a este Projeto, exatamente por esses motivos,
porque eu acredito que, lá na academia de artes marciais, não cabe, pelo menos
de acordo com aquilo que diz o Projeto, o professor de Educação Física. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal
está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, sou obrigado a vir à tribuna, porque, como Presidente da Comissão
de Educação da Assembléia Legislativa, tive um papel muito intenso e muito
sério na disciplinação dessa matéria.
Vs. Exas. talvez não se lembrem que, por volta de 1974, tive um
trabalho nacional, onde percorri vários Estados, inclusive Brasília com o
Ministro para disciplinar tudo que dizia respeito as academias de Educação
Física e, principalmente, as academias que trabalhavam com artes marciais. E
por quê? Porque, naquele momento, tinha havido uma agressão a um jovem - V.
Exas. devem se lembrar, nas proximidades do Parcão, numa passarela em que um
rapaz matou o outro a golpes de karatê. E naquela ocasião, fui à televisão, ao
rádio, à Comissão, em todos os cantos que eu podia atuar contra esta famigerada
técnica mal-orientada.
Infelizmente, o rapaz era parente - eu não sabia - do Líder do meu
Partido. Tive, evidentemente, uma reação desagradável, mas não parei a luta.
Tirando nomes e tirando partidos, continuei na trilha que me havia proposto e,
na verdade, regulamentei esta parte. Naquele momento, as artes marciais
passaram a ter uma nova determinação.
E vejo no Projeto do ilustre Ver. Reginaldo Pujol o ressurgimento de
alguma coisa muito importante e séria porque, infelizmente, em certas academias
não existe o profissional de Educação Física, ele é o responsável pelos
departamentos, pelos estágios, por todos os cursos que se ministram naquela
academia.
Não quer dizer com isso que ele seja um profissional de Kung Fu, de Kempô,
de Karatê, ele apenas supervisiona tudo isso porque tem uma noção muito mais perfeita
de como são ministradas essas aulas do que um leigo.
O professor de artes marciais é, na verdade, alguém especializado, mas
responde perante o técnico, que é o professor de Educação Física.
Ele é o responsável pela academia, por lhe dar uma doutrina Zen e administrar
todas aquelas partes contemplativas, aquela mística de convicção, de
introspecção, de circunspecção que o jogador de lutas marciais deve ter, porque
nelas repousa um grande perigo.
O Jiu-Jitsu, por exemplo, tem golpes mortais. A família Grace não tinha
a compleição física desejada e, até hoje, tem uma hegemonia sobre o Jiu-Jitsu
no Brasil. Por quê? Porque entende de anatomia na aplicação de seus golpes.
Vejo com muita oportunidade o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol, é necessário
que se coloque um responsável.
O professor de Educação Física é o responsável, como numa farmácia o
farmacêutico é o responsável . Se for vendido um produto estragado,
contrabandeado, como agora pululam pelo Brasil, o responsável é o farmacêutico.
Então, temos que ter um responsável em tudo. E o Brasil prima por não ter
responsáveis, o responsável paga pelo aquilo que sucedeu.
De modo que, Ver. Reginaldo Pujol, eu apóio o seu Projeto, mesmo vendo
que ele tem uma redundância, porque já foi cogitado em órbita federal, se não
me engano. De qualquer maneira, é uma medida acauteladora, e todas as medidas
acauteladoras, mesmo que somem, não são prejudiciais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a grande questão em relação a esse processo é, evidentemente, a
questão que envolve a competência legal que tem ou que não tem esta Câmara para
legislar sobre a matéria. É extremamente importante nós dirimirmos esse dado.
De outro lado, se tivermos competência legal para legislar sobre a matéria, não
há dúvida nenhuma de que a idéia do Ver. Reginaldo Pujol, de exigir das
academias de artes marciais alguns requisitos para a concessão do alvará expedido
pelo Executivo Municipal, como o nome do proprietário, o nome do professor
responsável pelos cursos ministrados e o número do registro do MEC nos diplomas
do curso de Educação Física, é absolutamente correta.
Eu não quero polemizar com o Presidente desta Casa com relação às artes
marciais e à importância do domínio da mente e das relações corpo e espírito,
corpo e mente, mas também não vou querer imaginar que o Dr. Luiz Braz,
Presidente desta Casa, no seu encaminhamento pelo PTB, quisesse propor que, em
cada academia de artes marciais, houvesse um professor de Filosofia. Ele me
confirma que esse é o seu desejo. Assim sendo, uma academia deveria procurar o
Prof. Aldo Obino, professor de Filosofia por muitos anos, hoje aposentado, ou
outro professor de Filosofia para supervisionar e orientar as reflexões de
natureza filosófica, condicionando as atividades físicas. É óbvio que alguns
debates e a troca de impressões e avaliações que envolvam a mente é positivo,
não ignoramos isto. Agora mesmo, quantos trabalhos de natureza psicológica são
levados à frente de uma equipe de futebol, sobretudo neste momento em que vivemos
o espírito da Copa do Mundo.
Mas, convenhamos, propor que uma academia tenha a presença de um professor
de Filosofia, é exagerar, mas se uma academia convidasse - essa é uma preocupação
mais de cultura, de natureza educacional - um professor de Filosofia, um
professor de Psicologia para fazer uma palestra para aquelas pessoas que
desenvolvem aptidões em relação a atividades físicas, às chamadas artes
marciais, inclusive considerações de natureza filosófica, da filosofia
oriental, seria altamente positivo, pois constituir-se-ia num ensinamento, num
“plus”, que prepararia aquelas pessoas que desenvolvem atividades físicas.
Agora, a presença de um responsável pela Educação Física numa escola de
artes marciais é perfeitamente compatível com o espírito dessas escolas, e não
só é compatível como imperativo que se tenha um professor de Educação Física.
Por essa razão, entendemos como meritório e frente, sobretudo ao
Parecer da Dra. Martha Lages que, ao final da sua manifestação, nas fls. 11 a
13, afirma que “o Estado do Rio Grande do Sul e o Município de Porto Alegre
consagraram, em suas leis maiores, a competência para supervisionar, registrar
e orientar as atividades dos estabelecimentos especializados em atividades
físicas”, e conclui que “da análise acima, decorre que a competência é do
Estado. Mas a Lei Orgânica do Município não foi questionada judicialmente
quanto à constitucionalidade do inciso 3º do art. 191 da Lei Orgânica, que diz:
“é dever do Município fomentar e amparar o desporto, o lazer e a recreação como
de direito de todos, mediante sujeição dos estabelecimentos especializados em
atividades de Educação Física, esportes e recreação, a registro, supervisão e
orientação normativa do Município, na forma da Lei”.
O que o Ver. Reginaldo Pujol está fazendo, a nosso juízo, é
regulamentando o dispositivo da Lei Orgânica que, em momento algum, foi
questionado. Portanto, é direito vivo e positivo. E agora, aprovado o Projeto e
transformado em lei, transformar-se-á, isso sim, a partir desse momento, em
norma cogente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, impõe-se que se leia o que está escrito. Diz o Projeto de Lei:
(Lê.) “Art. 1º - As academias de artes marciais só poderão funcionar, no
Município de Porto Alegre, mediante alvará expedido pelo Executivo Municipal,
do qual constará ...”. Pergunto a V. Exas. se as atividades que se desdobram no
Município de Porto Alegre devem ou não ser precedidas de um alvará de
licenciamento? A Lei estabelece que sim; a Lei determina que todas as
atividades, clubes de futebol, clubes de recreação, clubes de carteado, têm que
ser licenciadas pelo Município de Porto Alegre que, obviamente, para cada
atividade, coloca as regras específicas. Se o clube se licencia como tendo uma
piscina ou como sendo um clube náutico, por exemplo, vai ter regras
específicas, como conter água adequada e todos aqueles regramentos para esse
fato.
Quando alguém instala um teatro, que é um clube artístico e cultural,
vai-se estabelecer nas condições em que um teatro se estabelece. Vencida essa
preliminar, já que as coisas precisam em uma sociedade organizada ser
licenciadas pelo Município, estabelecendo essa lei colocamos o seguinte: 1) o
nome do proprietário; 2) o nome do professor responsável pelos cursos
ministrados e o número do registro do MEC, do seu diploma de Curso Superior em
Educação Física; 3) a filiação da academia à Federação Estadual representante
da modalidade a ser lecionada. O que se pretende com essas três pequenas
exigências? Hoje, em Porto Alegre, licenciam-se academias pelo nome fantasia -
Academia do Touro Forte, Academia do Elefante Gigante, etc. - e não se sabe
quem é o responsável. Então, o que se quer? Um responsável. Por que se quer um
responsável na figura de um professor de Educação Física e não de um filósofo,
como desejou o Ver. Luiz Braz? Porque eu temo, Vereador, que um filósofo de boa
qualidade, preparado, fique muito mais voltado para a contemplação abstrata,
para a indagação filosófica, do que para determinados detalhes inerentes
àqueles que tratam da cultura física e da sua utilização para efeitos e
conseqüências positivas. Eu não sou contra as academias de artes marciais, acho
que são muito boas, são disciplinadoras, especialmente dos jovens. Agora, eu
não vejo por que tanta celeuma pelo fato de querermos que uma academia de artes
marciais tenha, como uma das suas exigências, um professor responsável formado
em Educação Física. Até porque esta Casa, esses dias, aprovou por unanimidade o
Projeto de Lei do Ver. Carlos Garcia, que diz: (Lê.) “Para fins de organização
e funcionamento serão considerados estabelecimentos especializados em
atividade, de Educação Física, desporto e recreação todos aqueles com
finalidade de ensino não-formal, que se dedique à supervisão, à orientação, ao
ensino, ao treinamento da condição física e ao aperfeiçoamento da técnica do
movimento humano, através do exercício das diferentes culturas físicas.”
Esse mesmo Projeto de Lei, já aprovado e transformado em lei,
sancionado pelo Ver. Luiz Braz, que é um filósofo. O seu artigo 4º diz: (Lê.)
“Todo estabelecimento definido no artigo 1º desta Lei, contará,
obrigatoriamente, com profissional graduado ou bacharel em Educação Física, que
será o coordenador técnico, responsável pelo registro, funcionamento,
orientação e supervisão dos demais profissionais que ali atuarem.”
Esse Projeto de Lei nada mais é do que uma complementação, até pálida,
dessa Lei. Há até uma discussão, e essa eu até admito como válida, se essa Lei
já não supre toda essa necessidade. Honestamente, parece-me que não, porque
estamos tratando da expedição de alvarás, estamos regulamentando como se
expedirá um alvará nessa circunstância, Vereador. Eu até admito que se alguém
entender que a Lei do Ver. Carlos Garcia, transformada e promulgada pelo ilustre
Presidente da Casa, por si só, resolve a situação, por esse fundamento poderá
votar contra esse Projeto de Lei. Mas, pelo amor de Deus, não o façam por
outro, equivocado. Eu só não o retiro de tramitação porque me parece que há uma
pequena distinção entre o que propomos e o que foi proposto pelo Ver. Carlos
Garcia, e aprovado por unanimidade na Casa.
No máximo, advogaríamos o seguinte: se há alguma demasia ou exagero
para atender esses objetivos que o Ver. Carlos Garcia quis, que eu estou
pretendendo, e que a Casa, através do homem de maior bom senso que temos, de
tradição legislativa, que é o Ver. Pedro Américo Leal, aprova, se isso é uma
demasia, que esta Casa peque pelo excesso, e não pela equívoco de entender,
jocosamente, que uma academia de artes marciais tem que ser dirigida por um
filósofo, e não por um bacharel em Educação Física. Era isso, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para encaminhar.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, o assunto das academias de artes marciais foi
bastante presente aqui, no ano passado, quando discutimos o Projeto do Ver.
Carlos Garcia. Nós tivemos a oportunidade de tratar do assunto de perto e
tínhamos até proposto um Substitutivo e, depois, conversando com o professor de
Educação Física, Ver. Carlos Garcia, retiramos o nosso Substitutivo, fizemos
algumas emendas e aprovamos um Projeto que consideramos bastante abrangente, ou
seja, um projeto que trata do todo, não apenas do coordenador ou do responsável
da academia. Sem dúvida que devemos pensar nas academias nos seus mais variados
aspectos, desde a coordenação técnica até os profissionais que ali trabalham.
Há determinadas modalidades, como prevê a Lei aprovada aqui no ano passado,
que não necessitam de um professor com formação em Educação Física, mas de um
profissional registrado e, portanto, vinculado e com o aval das federações e
instituições que cuidam de determinadas modalidades das artes marciais. Porque
nem todo professor formado em uma escola de Educação Física participa de todas
as modalidades, e nem teria condições de participar de todas elas, dadas as
suas especificidades.
Nós discutimos, aqui, a necessidade de termos um profissional ligado à
área da Psicologia, e eu sugeri, inclusive, que a cada semestre deveria haver
uma aula específica àqueles que ingressassem nas academias, para mostrar,
principalmente aos jovens, que ali se pratica um tipo de esporte, uma arte, e
que jamais poderíamos tolerar, numa sociedade moderna, a violência que muitas
vezes é fruto de irresponsabilidades cometidas nessas academias.
No caso específico de Porto Alegre, dado o papel peculiar que algumas
academias ocupam na Cidade, nós não tivemos tantos problemas como os que
ocorrem em outros lugares. Já tivemos a utilização indevida das artes marciais
para a formação de gangues e grupos irresponsáveis, baderneiros que fizeram
atos de vandalismo, cometeram violência contra outras pessoas. Por isso é justa
a preocupação do Ver. Reginaldo Pujol. No entanto, num parecer que tivemos a
oportunidade de escrever na Comissão de Economia e Finanças desta Casa,
registramos que a lei aqui aprovada no ano passado é mais ampla, mais
abrangente. Assim preferimos ficar com a lei aprovada e, conforme dissemos e
discutimos com o Ver. Carlos Garcia, incentivar a sociedade civil da nossa
Cidade a denunciar irregularidades nas academias para que o Poder Público Municipal,
através da sua Secretaria Municipal de Esportes possa, efetivamente, fiscalizar
e coibir aquilo que estiver errado.
Inclusive, esta Casa pode ser um desaguadouro de informações sobre as
academias, e podemos nos colocar ao Poder Público Municipal para a devida
fiscalização dessas academias, quando as pessoas tiverem dúvidas ou suspeitarem
de que não haja a devida observação da legislação já em vigor, aprovada no ano
passado.
Esse será o voto da nossa Bancada. Solicitamos a compreensão do Ver. Reginaldo
Pujol, porque achamos que a Lei é mais abrangente do que o seu Projeto. Muito
obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar, como autor.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não quero estender este assunto, cumprimento o Ver. Adeli Sell que
colocou a discussão em termos muito objetivos, muito claros. Eu não terei o
menor constrangimento que alguém entenda na mesma linha de raciocínio do Ver.
Adeli Sell. Se esse é o entendimento da Casa, se a Casa está convenientemente
convencida de que já existe legislação suficientemente capaz de atender a esse
objetivo, tranqüilamente pode derrotar este Projeto de Lei, porque não temos
essa intenção, mas o mesmo argumento que o inteligente Ver. Adeli Sell formulou
da tribuna reforça o argumento contrário. Ao falar-se que, indiscutivelmente, a
Lei do companheiro Carlos Garcia é abrangente, a mesma força que leva a Lei a
ser ampla, atendendo a inúmeras circunstâncias, retira dela o caráter
específico, que é o que pretendemos na proposta apresentada. O que pretendíamos
falar - e de certa forma conseguimos obter resultado - é que na Casa do Povo de
Porto Alegre há uma preocupação forte com que o licenciamento dessas escolas de
artes marciais passe por um crivo, tenha algumas exigências que não sejam as de
se limitar, exclusivamente, ao interesse comercial de quem explora esse tipo de
atividade. Não entendemos que seja incorreta a atividade, ela é lícita, mas é
da responsabilidade do legislador de uma cidade como Porto Alegre, evitar que,
aproveitando o vazio legislativo da existência de amplas e ilimitadas possibilidades
de estabelecer-se esse tipo de atividade, haja alguns lugares que,
lamentavelmente, não são escolas no melhor sentido da palavra, são locais onde
formam-se verdadeiros facínoras, desajustados, pessoas que utilizam os ensinamentos,
não com o objetivo de cultivar um esporte ou a própria cultura física, mas para
agredir, deformar a sociedade, criar situações altamente desagradáveis e não
recomendáveis que a Cidade de Porto Alegre, infelizmente, já testemunhou.
As pessoas que me trouxeram esse Projeto de Lei que subscrevi, porque
nós aqui somos a repercussão da vontade popular, trouxeram-me com esse
objetivo. Entendo que a Lei não é ruim, ela atinge um bom objetivo, ela pode
até ser acoimada de ser repetitiva em alguns aspectos pela sua especificidade.
Não estamos legislando, como a Lei do Ver. Carlos Garcia, sobre todos os
estabelecimentos de ensino. Ele fez com propriedade de quem é professor na
matéria. Nós estamos criando uma regra simples, clara, objetiva, relativamente
ao licenciamento de escolas com essa finalidade. Para isso chamamos a atenção,
dizendo claramente o seguinte: não nos convencemos de que, na abrangência da
legislação aprovada na Casa, pela iniciativa do Ver. Carlos Garcia, tenha esse
assunto ficado completamente estabelecido. Achamos que a Lei não é nenhuma
demasia. Já dissemos anteriormente que, se o for, é melhor pecar-se por excesso
do que por omissão.
De qualquer sorte, quero concluir dizendo que não é pessoal o voto que
V. Exas. vão dar, não é por ser simpático ou não-simpático ao autor da
proposta. Eu não seria tão ingênuo, deselegante, muito menos descortês com meus
companheiros de representação popular que acharia que alguém, num assunto de
tamanha responsabilidade, viesse a votar porque gosta ou deixa de gostar do
Ver. Reginaldo Pujol. Sei que todos vão votar do alto de sua independência. Não
é matéria ideológica, não é matéria do PT, não é matéria do PFL, não é matéria
de socialistas, não é matéria de liberais, mas uma matéria de convivência
humana e, sobretudo, da dignidade humana que, lamentavelmente, muitas vezes foi
ultrajada. E se é pouco o que estamos conseguindo aqui, pelo menos o gesto político
deste Legislativo tem que ser claro. Na Câmara Municipal de Porto Alegre, os Vereadores
se preocupam com que as artes marciais não sejam utilizadas como um fator de
desagregação social, muito antes pelo contrário, que seja utilizada com suas
melhores finalidades, que são intrinsecamente boas, e não podem ser, por nossa
omissão, intrinsecamente más. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 059/97,
ressalvando a Emenda nº 1. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa). APROVADO o Projeto, com abstenção dos Vereadores Renato Guimarães, Guilherme Barbosa,
Décio Schauren, Juarez Pinheiro, João Dib, Adeli Sell, Wilson Santos, Carlos
Garcia, Hélio Corbellini e Lauro Hagemann.
Em votação a Emenda nº 1 ao PLL nº 059/97 . (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADA.
PROC. 1231/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
061/97, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre a exibição de animais da
fauna exótica, para fins artísticos de diversões públicas, comerciais,
culturais, científicos, promocionais, ou de qualquer outra natureza, por
estabelecimentos de caráter transitório e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora Vera. Anamaria
Negroni: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela
aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relatora Vera. Sônia Santos:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
061/97.
Sobre a mesa Requerimento,
de autoria da Vera. Maria do Rosário, relativo ao PLL nº 61/97, solicitando a
dispensa do envio das Emendas nºs 1 e 2 para as Comissões Permanentes. Em
votação o Requerimento, de autoria da Vera. Maria do Rosário. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 061/97.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Projeto, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, observados os
pré-requisitos, evidentemente se torna um projeto bom.
O que nós temos assistido, nestes últimos tempos, é a uma série de
restrições, uma série de dificuldades a verdadeiras culturas que existem
regionalizadas pelo nosso País, que envolvem costumes, tradições, enfim, todo
um conjunto de hábitos do nosso povo. Há iniciativas, por exemplo, que visam a
proibir até as carreiras de cavalo em cancha reta, um esporte tradicional dos
gaúchos. Há, também, iniciativas que proíbem os rodeios, tiros de laço e toda
uma atividade que está integrada às nossas tradições, aos nossos costumes, em
nome, talvez exageradamente, de uma visão equivocada de que o laço jogado nos
“tocos” do animal, nas guampas, pisariam o animal. Então, há um conjunto de
iniciativas que pululam pelas casas legislativas, pelos executivos, coibindo
toda a sorte de culturas que estão enraizadas às nossas tradições.
Evidentemente que o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol proíbe a
apresentação, a exibição, desde que não preenchidas determinadas regras.
Todos esses esportes e essas atividades que temos no Rio Grande do Sul
e em Santa Catarina, que também tem as suas tradições, e no resto do País, que
tem os seus costumes e hábitos, envolvem animais nessa relação. Essas tradições
devem ser preservadas, observando determinados parâmetros.
Vejo determinadas atitudes, e tive a oportunidade de discutir uma: em
Porto Alegre tínhamos a Cantina do Tio Bino, havia lá uma leoa, muito bem
tratada, criada em cativeiro; havia ali aves, pássaros e eram um entretenimento
da Cidade, daquela localidade. Lá, compareceu o IBAMA de forma autoritária, de
forma muito abusada a algo que ali se fazia há muitos anos e se deu todos
aqueles episódios que nós conhecemos, extinguiram-se os viveiros, o
estabelecimento foi fechado pelo proprietário que dedicou-se a outra atividade.
Temos que ter muitos cuidados para que as nossas tradições, atividades
que envolvam animais, desde que feitas de forma regulamentar, possam continuar
existindo. Esse Projeto proíbe, mas estabelece as condições em que pode se
realizar as referidas exposições e mostras. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Pedro
Américo Leal para discutir.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é evidente que este Projeto veio de encontro ao aprisionamento,
suponho eu, de uma leoa que chegou a atacar um garoto de 12 anos em um circo da
Capital. Claro que esses animais detidos em circos que por aí passam, deixam a
desejar. Peço vênia à Mesa para chamar a atenção de que nem os animais
domésticos, que são exibidos nessa série de organizações, de propriedades, de
casas comerciais, apresentam como que uma possibilidade de estarem ali, de
viverem.
Eu já convidei o Ver. Gerson Almeida, várias vezes, para que ele
fizesse um projeto, porque a ele, um homem voltado para a ecologia, dou a
prioridade, deixo-lhe a possibilidade de apresentar um projeto que, pelo menos,
além de prever os locais transitórios em que as feras possam ser recebidas,
também preveja um lugar onde os animais domésticos possam ficar para serem
vendidos.
Constrange-me, Sr. Presidente, assistir, em certas casas comerciais, a
forma como essas aves, esses bichinhos ficam, quase que aglomerados, ao calor.
No verão, em Porto Alegre, vemos três, quatro, cinco cachorros pequeninos numa
jaula, tristes, completamente entregues, sem alegria alguma, sem comer. Por
quê? As aves, todas aglomeradas num pequeno viveiro – dizem. Para mim são
jaulas, esperando alguém que as compre. Fico pensando: e durante a noite, o que
acontece com elas? V. Exas. já pensaram o que acontece com elas durante a
noite? Será que levam-nas dali, daquela casa, para um lugar mais aprazível ou
não?
Aceito este Projeto do Ver. Reginaldo Pujol e desafio, outra vez, da
tribuna agora, o Ver. Gerson Almeida, do PT, para que faça um projeto. Ele tem
prioridade, eu dou a prioridade a ele. Ele não está no Plenário agora, mas ele
há de se lembrar que várias vezes, com o dedo em riste, eu o tenho desafiado:
faça um projeto, Vereador! Claro que amigavelmente. V. Exa. está tendo reações
“petetianas”, Ver. Guilherme Barbosa, Líder do PT, em Porto Alegre, se estou-me
dirigindo assim ao Ver. Gerson Almeida é porque tenho com ele amistosidade
suficiente para fazer acusação de tribuna.
Então, eu aprovo esse Projeto e, novamente, conclamo o Ver. Gerson
Almeida, um ecologista - de renomado conhecimento em Porto Alegre - que faça um
projeto para livrar as aves, os animais domésticos da terrível sina que eles
têm dessas casas comerciais, ali expostos dia e noite.
(Aparte anti-regimental.)
Como? Então, levo mais ao PT: ao PT que tem arroubos de humanismo, para
que ele se preocupe com isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero, antes de mais nada, não me justificar com a Casa, mas
esclarecer o seguinte: coincidentemente, no dia de hoje, mais um Projeto de
nossa autoria está sendo votado. Isso se dá por uma razão: não forçamos a
votação dos nossos Projetos de Lei; raramente solicitamos o art. 81, e este
Projeto que está sendo votado data de 09/04/1997. Deixamos correr livremente
para que todos tivessem oportunidade de apreciá-lo e oferecer a sua contribuição.
Ele vem, desde logo, ressalvado pela nossa Procuradoria - depois de uma análise
muito bem feita pela Dra. Marha dos Santos Lages - declara, categoricamente,
que “quanto ao aspecto jurídico nada a opor”. Eis que a matéria, que trata de
opção sobre exame é de competência municipal, é uma competência sem reservas,
não é privativa do Executivo, é de quem tomasse a iniciativa, e quem tomou a
iniciativa, foi o Legislativo. Então, é absolutamente legal.
A tramitação demorada do Projeto ensejou que fosse amplamente analisado
e propiciou que nós tivéssemos a tranqüilidade, de agora, votá-lo sabendo que
as Comissões, por unanimidade, recomendaram a sua aprovação. A Bancada do
Partido dos Trabalhadores, no apagar das luzes, trouxe uma excelente
contribuição, Vera. Maria do Rosário, estou enaltecendo a contribuição do
Partido dos Trabalhadores. Em duas Emendas melhorou o Projeto de forma
espetacular.
Primeiro, porque percebeu que havia um verdadeiro erro de redação, quando
substituiu a expressão “alvará de funcionamento” por “sua autorização”, porque,
na verdade, trata-se de autorização precária que não é expedição de alvará
propriamente dito. Não sei quem foi a pessoa inteligente que vislumbrou isso, a
Vera. Maria do Rosário está de parabéns, a Assessoria de sua Bancada contribuiu
positivamente para o Projeto. A Emenda nº 02 segue a mesma linha e inverte todo
o processo, onde tinha a expressão “alvará” passou a ter a expressão
“autorização do funcionamento”. Não muda o Projeto na sua essência,
qualifica-o, viabiliza-o e o coloca dentro da realidade da Cidade.
Vim a tribuna para recomendar que se vote este Projeto de Lei, aprovado
por unanimidade pelas Comissões técnicas da Casa, depois de uma análise de
cerca de 16 meses, ele foi lentamente analisado.
A Procuradoria diz que o Projeto é absolutamente legal, está dentro da
competência do Município, não é privativo nem do Legislativo nem do Executivo,
é de que toma a iniciativa, o Legislativo tomou, todas as Comissões aprovaram e
agora, no final, o PT traz essa valiosa contribuição que eu quero saudar.
Peço que, por essas razões, concluída a discussão, oportunizada a todos
aqueles que queiram discutir, se aprove a matéria com as duas Emendas que são
excelentes. Desta vez, a Emenda não é pior do que o soneto. Isso aqui não é
soneto, é lei que foi substancialmente melhorada pela contribuição da Bancada
do Partido dos Trabalhadores em boa hora, introduzido no nosso Projeto, que
fica qualificado, porque mostra-se que as coisas acontecem nesta Casa sem que
ocorra desatenção de quem quer que seja. O PT, muito atento, fez uma correção
absolutamente adequada.
Então, o Projeto tem que ser aprovado com as duas Emendas propostas
pela Liderança do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação o PLL nº 061/97. A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para
encaminhar pela Bancada do PT.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, nós, enfim, pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores, queremos saudar a preocupação do Ver. Reginaldo Pujol e o
Projeto de Lei que apresenta, principalmente porque é preciso, para que
possamos construir uma sociedade que, na verdade, seja melhor e que seja mais
humana, que essa dimensão da preocupação com a vida, da preocupação com os
animais também faça parte do nosso
cotidiano. Nós observamos com satisfação que, em Porto Alegre, estamos
conseguindo desenvolver uma política de atenção à vida e aos animais de uma
forma destacada neste último período. A nossa Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, através de diferentes projetos, tem dado uma orientação e procurado
trabalhar com regiões da Cidade onde temos uma fauna característica ainda da
nossa região, temos a possibilidade da recuperação e da manutenção desses animais
que são nativos, que dizem respeito à vida da nossa Cidade e ao nosso
histórico. Assim a Secretaria Municipal do Meio Ambiente trabalha no sentido da
criação de um atlas que diga respeito ao desenvolvimento da Cidade de Porto
Alegre, da sua geografia, da sua urbanização e também dos seres vivos que
habitam este nosso território tão abençoado, cheio de morros, próximo ao rio
Guaíba, ou melhor dizendo, ao lago Guaíba.
Aqui o Ver. Reginaldo Pujol avança no que trabalha as questões mesmo
apresentadas pelo IBAMA, através da sua instrução normativa nº 001/89 que
aponta determinados critérios para que circos, esses espaços de espetáculo que
trabalham com animais da fauna exótica, portanto não naturais da nossa região,
tenham a preocupação do bom cuidado e do direito a um atendimento adequado que
esses animais têm. O Vereador apresenta uma série de quesitos, de acordo com
essa normativa do IBAMA, no sentido de que tenhamos respeito a esses animais.
Devemos aprovar, pela Bancada do PT, esse Projeto. As emendas apresentadas pelo
próprio Vereador autor do Projeto, da tribuna, são emendas constituídas a
partir da nossa Assessoria, e transfiro concretamente, o destaque que o
Vereador fez a nossa Bancada, para os membros da nossa Assessoria Legislativa
nesta Casa, porque nos demos conta de que era preciso substituir o alvará, que
era tratado no Projeto apresentado pelo Vereador, pela autorização, uma vez que
é a autorização que circos e outros espaços de espetáculos buscam junto ao
nosso Município para se instalarem em Porto Alegre.
Então, a Emenda tem caráter de adequação legal do Projeto, das
atribuições da própria Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em relação a esses
espetáculos, e foi composta a partir do olhar e do entendimento da nossa
Assessoria, apresentada por nós no sentido de avançarmos na proposição e
sanarmos qualquer vício de iniciativa e qualquer ilegalidade que houvesse
dentro do Projeto.
Queremos, por fim, dizer que também tramitam, e estão sendo
trabalhados, uma série de projetos na Prefeitura Municipal de Porto Alegre
acerca das questões da preservação da vida animal. Existe uma preocupação
especialmente com a feira informal que se mantém todos os domingos no Brique da
Redenção, com a venda e a doação de animais, porque já é lei no Município de Porto
Alegre, aprovada por proposição do então Ver. Giovani Gregol, da nossa Bancada,
a impossibilidade de que nos briques e feiras de modo geral tenhamos a
exposição, venda e doação de animais. Então, existe uma preocupação quanto a
isto, para que venha a existir em Porto Alegre uma feira específica, com
atendimento veterinário, que os animais tenham sido vacinados, no sentido de
que as pessoas que adquirem um animal sejam preservadas, mas que especialmente
o bem-estar daqueles animais, que são colocados em situação de estresse e violência,
sejam poupados, para que se evite qualquer situação como a que hoje ocorre naquele
Brique da Redenção, de forma ilegal.
Queremos apoiar a iniciativa do Ver. Reginaldo Pujol, e dizer que a
nossa Bancada vota favoravelmente, e que desejamos que essas legislações possam
tomar conta do nosso cotidiano e estabelecer um novo tipo de relacionamento, de
profundo respeito com a vida animal em nossa Cidade, em nosso Estado, em nosso
País. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está
com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós gostaríamos de repetir os considerandos do Ministério de Meio
Ambiente e da Amazônia Legal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos
recursos naturais renováveis, da portaria nº 108 de outubro de 1994, que, na
verdade, se incorporam a nossa cultura, ao zelo que temos pelos animais e,
principalmente, pelos seres vivos, pela nossa biologia e pela nossa adversidade
biológica.
Considerando o grande número de animais exóticos existentes em nosso
País, fora os dos jardins zoológico e, considerando que a maioria desses
animais, encontram-se em precárias condições de alojamento e sanidade, acho
fundamental, Ver. Lauro Hagemann, que tenhamos, como índice civilizatório e
como sintoma de sanidade de uma cidade, o cuidado com os seus animais também.
Muitas vezes o ser humano não tem esses cuidados também com a nossa fauna,
porém isso não quer dizer que não devemos ter os mesmos cuidados com essa fauna
extraordinária, que tanto nos ensina e que está a nossa volta, ou pela sua
grande quantidade ou pelo seu exotismo, ou por sua raridade.
As condições de alojamento e de aprisionamento, muito bem salientados
pela Vera. Maria do Rosário, desenvolvem um estresse muito grande na fera
enjaulada que, como única reação, busca a liberdade e a satisfação de seus
instintos que a própria natureza lhe conferiu, inclusive os de sobrevivência,
de alimentação e de reprodução, sendo que a sanidade desses animais, Ver.
Reginaldo Pujol, está quase sempre comprometida pela falta de prevenção e de
assistência. E acho que cada instituição que abrigar animais exóticos,
obrigatoriamente, tem que ter um veterinário, tem que se ter um cuidado que a
própria Portaria Federal estabelece. Principalmente, que as condições de
alojamento, muitas vezes, pelo estresse desenvolvido, colocam em risco,
inclusive, a própria população em volta.
De forma que com leões, ursos, tigres, os felídeos, os proboscídeos em
geral, temos que ter um cuidado muito grande porque o que está por perto são
animais carnívoros e, certamente, o homem seria presa fácil da velocidade e da
agressividade de uma animal desses, que é contida e potencialmente aumentada
pela jaula, pelo seu aprisionamento. Isso deve ser levado em consideração e
felicito o Ver. Reginaldo Pujol por esta iniciativa para que tenhamos esse
cuidado com esses animais, o que, certamente, é um índice de civilização.
Por outro lado, esses animais, além de fazerem parte de uma fauna
exótica e servirem para o exibicionismo, existe outro dado que é o da relação
comercial. Eles sustentam - pelo seu exotismo e pela sua capacidade artística,
muitas vezes, treinada estimulando o seu instinto - famílias e uma população
circense que, indiscutivelmente, têm neles o seu meio de vida.
É fundamental, então, essa regulamentação, por todos esses motivos, por
toda a felicidade dessa iniciativa. Pode ser que talvez mais tarde essa lei
possa voltar e ser novamente debatida. É de extrema importância esse tipo de
trabalho, o trabalho da vereança, que nos dignifica e nos eleva como
Vereadores, e faz com que nós tenhamos outros cuidados, pela inexistência de
leis, mas apenas de portarias do Ministério do Meio Ambiente ou da Amazônia
Legal, certamente, tenhamos um trabalho maior, ampliando a proteção a essa
fauna exótica que ora nos encanta e ora nos assusta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 061/97.
Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 1 aposta ao PLL nº 061/97. (Pausa.) Os
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 2 aposta ao PLL nº 061/97. (Pausa.) Os
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
PROC. 1268/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
066/97, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que disciplina a venda de tintas em “spray” no
Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta:
pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relatora Vera. Anamaria
Negroni: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e
votação o PLL nº 066/97.
Sobre a mesa Requerimento do Ver. Adeli Sell, que solicita adiamento da
discussão desse Projeto por uma Sessão. Em votação. O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, foi-me anunciado que o adiamento seria requerido, e eu concordei.
Concordei, dentro daquela linha de que todos os projetos, aqui nesta Casa,
devem ser votados no momento em que eles estiverem em plenas condições de serem
votados.
Eu sei que o Ver. Adeli Sell, por exemplo, que foi quem firmou esse
Requerimento, tem sido um dos maiores defensores desse Projeto. Ele tem-se
manifestado publicamente por meio de rádios e televisões, sempre favorável.
Eu fui alertado por integrantes da sua Bancada de que há alguns
problemas a serem objeto de conversação que poderão salvar, integralmente, o
Projeto, ou até comprometê-lo. Eu espero que não o comprometam.
Dentro dessa linha, não cabe a nós outra coisa senão fazer o que
estamos fazendo. O Ver. Adeli Sell, com a responsabilidade de quem sempre
defendeu o Projeto, requer o adiamento, e nós, como autor do Projeto,
concordamos com ele.
Eu quero concluir, Sr. Presidente, dizendo que o Ver. Adeli Sell, com a
responsabilidade de quem sempre defendeu o Projeto, tem toda a autoridade moral
para requerer o adiamento, porque sei que ele está fazendo uma tentativa de
reunir os votos necessários para que este Projeto seja, quem sabe, aprovado por
unanimidade. É a nossa expectativa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de
adiamento do PLL nº 066/97, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa). APROVADO.
PROC. 1270/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
067/97, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos
estacionamentos particulares cobrarem 50% (cinqüenta por cento) do valor do
estacionamento a deficientes físicos.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela
rejeição do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver.
João Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada:
pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 67/97.
Com palavra o Ver. Reginaldo Pujol para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Quero fazer uma afirmação peremptória, porque há poucos momentos me
disseram: “Que tipo de liberal tu és, pois estás com uma série de regras tendentes
a disciplinar atividades, a criar obrigatoriedades e, em alguns casos, como o
caso concreto, está invadindo uma área extremamente delicada, da livre
possibilidade que tem o cidadão, o empresário de gerir o seu próprio negócio?”
Realmente, assumo o que aparentemente pode parecer incoerência, e
assumo na plenitude. Sou liberal, basicamente, porque não acredito em mitos, em
verdades acabadas, que não são suscetíveis de discussões. Esta história de que
o estado deve ser mínimo ou deve ser máximo é uma conversa de teóricos que
estão discutindo fora de uma realidade. Nós temos que discutir é o estado
necessário, até que ponto ele tem que intervir e até que ponto ele não tem que
intervir. E temos que fazer isto sem nenhum tipo de preconceito Esta matéria deveria
ser até subscrita pelo Ver. Paulo Brum, que é quem nesta Casa trata do assunto.
Temos que ter a sinceridade de dizer que quem trabalha nesta Casa, quem
nos auxilia e quem nos propõe uma série de situações são os nossos eleitores,
os nossos amigos e os nossos assessores, que colhem as opiniões, participam das
reuniões e observam as sugestões que nos são oferecidas e as transformam em
projetos de lei. Eu, sozinho, não seria capaz de fazer tudo o que tenho
apresentado se não tivesse uma excelente assessoria, a quem eu quero, nesta
hora, enaltecer, pois foram eles que me trouxeram esse assunto.
O que estamos propondo é em vez de se fazer uma intervenção, dizendo
que os nossos deficientes podem estacionar nas garagens sem pagar nada, nós
teríamos que usar uma posição de equilíbrio, semelhante àquela que, no passado,
pela qual briguei na rua para que fosse estabelecida a meia entrada para entrar
num cinema, num circo ou num campo de futebol, a famosa entrada colegial.
Hoje o mundo mudou e nós temos outra realidade. Não vamos criticar ninguém.
Pela destinação histórica, num determinismo geográfico, Porto Alegre
tem as suas principais atividades econômicas comprimidas dentro da 1ª
Perimetral. Hoje, estacionar no Centro da Cidade não é mais um luxo, é uma
necessidade. Se alguém ousar entrar no Centro de Porto Alegre com a pretensão
de estacionar o seu veículo num lugar regular vai se frustar, porque não tem
mais nenhum lugar no Centro de Porto Alegre em que se possa estacionar. Os
lugares são reservados aos táxis, aos lotações, aos ônibus e também à Área
Azul, que estabeleceu o estacionamento rotativo no Centro da Cidade. Então,
utilizar as garagens hoje é uma necessidade de todos que vão ao Centro de Porto
Alegre. Sem motorista não tem onde estacionar, tem que ir para um
estacionamento. Os estacionamentos, Sr. Presidente, são caros. Agora, nós
podemos regular, pelo artificio legal de quem licencia, dizendo que ele tem que
reservar algumas vagas para que os deficientes físicos as utilizem com um custo
menor do que os outros. Acontece que se nós somos compelidos a estacionar os
nossos veículos no Centro da Cidade e podemo-nos afastar um pouco do perímetro
central e nos deslocar a pé, com o deficiente isso não pode ocorrer. Então eu
estou dizendo o seguinte: não sei se isso é liberal, não é liberal, não sei
qual a característica que tem, mas é uma realidade da Cidade de Porto Alegre.
Então eu acho que eu sou um liberal real que tem a realidade posta na minha
frente. Não sei se é social liberal, liberal comunitário, é o liberal “que Deus
quiser” e que quiserem colocar esse nome. Vera. Tereza Franco, V. Exa é o
melhor exemplo de quem tem essa sensibilidade para saber se as coisas estão
certas ou erradas. Se quando eu descer da tribuna V. Exa. disser que estou
errado, eu retiro esse Projeto, mas se V. Exa disser que eu devo mantê-lo,
tenho esperança que ele vai merecer a aprovação da Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra para discutir.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu vou me permitir contrariar o Projeto de iniciativa do Ver.
Reginaldo Pujol para dizer, inicialmente, que os deficientes físicos querem
condições de igualdade, mas não querem privilégios. Evidentemente que nos toca,
como humanos, como cristãos, sensíveis, todo um gesto para os deficientes
físicos. Isso é do ser humano, está dentro dos nossos corações toda uma relação
de piedade diante de quadros dessa natureza. Agora, vejam só, a deficiência
física não é pressuposto de pobreza, exemplificativamente, ela não é
pressuposto de ter menos condições econômicas daquele que não tem deficiência
física, a menos que se prove em contrário.
Então, parece-me que o critério utilizado para adoção deste Projeto
deixa a desejar, e pode-se transformar, sim, num privilégio que, tenho absoluta
certeza, os deficientes físicos não aceitam e não querem.
Então, nós sabemos, basicamente, que todas as atividades trabalham com
custos, há todo um cálculo, toda uma metodologia de custo. Muito bem, na hora
que nós estabelecemos que o deficiente físico, independentemente de consultar a
sua condição econômica, na medida em que estabelecemos 50%, quem vai pagar esse
percentual, numa planilha de custos, talvez seja aquele outro trabalhador,
homem que luta com dificuldades, que tem menos condições econômicas que o
deficiente físico.
Então, eu quero deixar claro esse debate aqui, ressalvando, evidentemente, toda uma piedade que nós temos diante desse quadro humano da deficiência física. Mas deficiência física não é pressuposto de ser pobre, de se ter menos condições financeiras e econômicas e atender essas ou aquelas despesas. Num primeiro momento pode ser antipática essa posição.
Eu quero me resguardar,
porque sou um homem profundamente humano, sensível, cristão; mas vejo esse
Projeto como um privilégio e isso não constrói uma sociedade justa. Privilégio
é um expediente que é repugnado por todos os setores da sociedade.
Neste sentido, eu me oponho ao Ver. Reginaldo Pujol, no que diz
respeito a este Projeto. Acho que o critério adotado estabelece, até que provem
o contrário, o privilégio. Nós não queremos isso. O deficiente físico pede só
igualdade de condições materiais, não determinadas vantagens sem lhe consultar
se ele tem ou não capacidade para fazer face a essas vantagens que lhe querem
dar.
Temos que examinar muito bem, porque se no Projeto viesse “pagará 50%,
o deficiente físico, comprovadamente, sem condições”, prontamente nós nos
perfilaríamos a favor deste Projeto. Por isso voto contra. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está
com a palavra para discutir.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, uma das personalidades desse sinédrio ou desse sodalício, como
diria o Ver. Reginaldo Pujol, autor desse brilhante Projeto, que eu aprendi a
admirar, desde os primeiros dias, pela sua garra, sua postura como Vereador, é
a do Ver. Elói Guimarães. E eu peço licença hoje para discordar. A última coisa
que o deficiente físico quer é piedade, ele não deseja piedade, o que ele
deseja é, indiscutivelmente, o reparo, o resgate de uma sociedade discriminadora,
que discrimina o deficiente físico, que o alija do mercado de trabalho. Quantos
deficientes físicos há no meu gabinete? Nenhum.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Quando me referi à piedade, eu a coloquei no
quadro da compreensão humana; eu, por exemplo, tenho. Eu revelo publicamente
que tenho, diante de um quadro de deficiência física, seja qual for, eu tenho
piedade sim.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Lembro-me de um soneto de
Vinícius de Morais, chamado “Ódio à piedade”: “E por fim, Senhor, se te sobrar
piedade, tenha piedade de mim, porque eu também sou deficiente”. Somos deficientes físicos, ou mentais.
Na verdade, todos nós temos deficiências, mas o grande problema a que nos referimos
é que, quando sentimos piedade, estamos sentindo piedade de nós mesmos, especialmente,
pelo grande complexo de culpa que o nosso inconsciente coletivo tem por discriminar,
socialmente, os deficientes físicos. Esta é indiscutivelmente uma forma de
piedade que os deficientes físicos, não desejam, porque fundamentalmente
destrói o pouco que resta de ânimo do deficiente físico, que deve ser resgatado
no seu sofrimento maior, que não é o físico, que é o sentimento de
discriminação. Por isso acho que o mérito deste Projeto é, perfeitamente
analisado pelo Ver. Reginaldo Pujol, quando ele lembrava das nossas antigas
carteirinhas da Federação de Estudantes Universitários, nós tínhamos direito a
pagar meio ingresso, se fôssemos estudantes, porque o nosso poder aquisitivo
era mais baixo e, fundamentalmente, aqueles que são discriminados têm um poder
aquisitivo muito mais baixo, e para reparar esse poder aquisitivo, essa discriminação,
para reparar, inclusive, o complexo de culpa do nosso inconsciente coletivo que
se culpa por discriminar o deficiente físico. Penso que esse Projeto foi de
imensa felicidade.
O Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) No critério do estudante estamos de acordo, porque
ali há exatamente um conjunto de despesas que faz o estudante, caracterizando
uma certa cobertura. É diferente do que estamos discutindo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Esse Projeto caracteriza-se
como uma mínima ação de resgate de uma dívida social que a sociedade inteira
tem com o deficiente físico. Isso é fundamental e deve ser levado em
consideração no momento do voto do Projeto, principalmente, porque isso não
privilegia, não discrimina, apenas tenta resgatar, no mínimo, eu chamaria de
uma pequena significância, a metade do valor de um estacionamento, quando uma
das chagas hoje do nosso trânsito é o problema do estacionamento. Se eu for um
deficiente físico terei muito mais dificuldades, pelo baixo poder aquisitivo e
por um acesso difícil ao estacionamento. Diminuir o preço do estacionamento é
uma obrigação dos Vereadores, da sociedade de Porto Alegre, em respeito - não
por piedade - a essa brilhante classe de deficientes físicos que luta -
representados aqui pelo Ver. Paulo Brum - para não serem discriminados. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RENATO GUIMARÃES
(Requerimento): Requeiro seja verificado o quórum.
O
SR. PRESIDENTE: Não
quórum. Os Vereadores Juarez
Pinheiro, Pedro Américo Leal e João Dib inscrevem-se para a próxima Sessão.
Está encerrada esta Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h42min.)
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